segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Só os euros não têm intenção...

Saiu há três dias os resultados de uma sondagem política, que indicam que PS soma e segue, tendo agora 36% das intenções de voto. O Bloco de Esquerda 8,9%, e a CDU 8,1%, ou seja, a Geringonça está forte com um total de 53%. Teria tudo um final feliz, não fora um pequeno detalhe: as intenções de voto não estão alinhadas com a actuação da economia.

Dizem-nos que o eleitorado "confia" mais no PS, mas os agentes económicos não consomem, nem investem, e as poupanças estão a diminuir. Isto tudo apesar de haver menos desemprego. Ou seja, as preferências políticas não estão alinhadas com as preferências reveladas no comportamento dos agentes no dia-a-dia: as pessoas dizem que acreditam neste governo e comportam-se como se não acreditassem.

6 comentários:

  1. As pessoas não acreditam neste governo, mas ainda menos acreditam na alternativa. E as sondagens não conseguem captar: (i) níveis de abstenção, (ii) intensidade da intenção de voto. Se acreditarmos nos números que eu coloquei num dos meus posts, imagina que só votam os fiéis. Tens uma abstenção de 52% (uns 10% acima do que tivemos em 2015), mas PàF com 46%, PS/BE com 41% e CDU com 9%... Agora imagina que aparece um novo partido que vai buscar o eleitorado flutuante que ainda vai existindo… PSD/CDS 39%, PS/BE 36%, CDU 8% e o novo partido 13%. Portanto rapidamente percebes que a questão são estes 13%... não havendo novo partido, parecem estar de forma preponderante ainda com a gerigonça… pessoalmente acho mais provável que passem à abstenção do que para o PàF.

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    1. Não acredito que nenhum dos líderes actuais seja bom para Portugal. Estou desejosa para estas pessoas saírem do plano político. É demasiada incompetência junta...

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  2. Rita, o eleitor médio não faz essas contas assim. Não liga a sua confiança no futuro à confiança no governo. Isso é pedir francamente demais à sociedade Portuguesa. É demasiada areia para essa camionete. Os Portugueses são um povo de esquerda e os posts do Nuno Garoupa (que não comentei mas li com interesse e atenção) mostram essa tendencia a agravar-se. Se o PS pusesse um orangotango como cabeça de lista não duvides que conseguiria seguramente mais de 10% dos votos e não me surpreenderia absolutamente nada que chegasse aos 20%.

    É o que há!

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  3. Sei não, Zuricher. Um dia destes pus-me a pensar que votação teria um nóvel partido populista a atirar para a direita, ao estilo AfD. Não sei se a esquerdice do povo português resistiria muito. Acho que tudo dependeria da canção do bandido.

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    1. Isabel, penso que nem sequer teria qualquer representação parlamentar. Começaria logo por ser boicotado pelos media e não conseguir ter qualquer visibilidade. E a própria sociedade Portuguesa recusa visceralmente esse tipo de soluções.

      Sobre a comunicação social um bom termo de comparação é este: quando o BE nasceu os media Portugueses levaram-nos literalmente ao colo e davam-lhes tempo de antena que nunca mais acabava. O BE inicou-se pela união de três grupelhos com entre 0,4% e 0,6% do eleitorado. Somados davam um total de 1,5%. Veja a euforia que foi na comunicação social com esse grupelho como já antes era com o PSR e, mal nasceu, com o Política XXI que gerou por aí um furor imenso. Agora compare com o PNR (ok, não gosto deles, acho-os broncos até à quinta casa mas serve para o caso) que tem 0,5% dos votos e... boicote total, completo e absoluto por parte dos media embora levem a cabo um número razoavel de iniciativas com bastante regularidade. Com muito maior propriedade pode falar-se da Nova Democracia, o partido que Manuel Monteiro formou após sair do CDS que também foi ostracizado nas televisões e jornais e ninguém ouvia nada sobre o que faziam.

      A sociedade Portuguesa é de esquerda e não aceita soluções de direita, seja ela direita populista (caso PNR) ou direita séria e responsavel (caso ND). Os media, por seu lado, boicotam também tudo o que cheire a direita ao mesmo tempo que alcandoram tudo quanto seja grupelho canhoto.

      Gostava que a Isabel tivesse razão. Muito a meu pesar não consigo vislumbrar uma centelha esperançosa que seja em tal possibilidade.

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  4. A mim custa-me a crer nestes resultados das sondagens... Ou seja, não quero acreditar nisto...
    Significa que há cada vez mais portugueses totalmente dependentes do estado.
    A mim parece-me que há muitos portugueses que não são de esquerda, sobretudo no Portugal rural (Norte e Centro). Mas nas esferas bem pensantes (universidades, jornalistas) as pessoas são de facto tendencialmente de esquerda.

    O problema não está nos líderes, está no facto de uma grande fatia da população querer enganar-se a si própria... Se nos disserem que está tudo bem, então fica tudo bem... Pensamento mágico!
    ;-)

    Cumps,

    Susana V.

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