sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Ser insignificante

Desde Julho, tenho andado a tomar conta de girinos que nasceram no meu jardim. São criaturas insignificantes, mas para mim são muito importantes. Quando nasceram e vi tanto bichinho, pensei na probabilidade de algum ter uma deficiência. Há uns dias, encontrei o primeiro deficiente: quando a metamorfose começou, reparei que uma das pernas era anormal, faltando-lhe uma articulação. Fora de cativeiro, o meu deficiente já teria morrido, pois a probabilidade de sobreviver quase cinco meses até completar a metamorfose é quase zero.



Ontem libertei o meu sapinho bebé. Apanhei-o da pedra onde ele estava com uma colher de chá, olhei-o com atenção enquanto ia buscar o telemóvel para lhe tirar uma foto. Ele passeava-se entre a colher e a minha mão, até saltar para o chão do pátio. Tentou andar de um lado para o outro, mas como não tinha completado a metamorfose -- ainda tinha um pedacinho da cauda, mas estava perto da altura em que deixa de poder respirar debaixo de água e tem mais probabilidade de se afogar --, a pele estava viscosa e colava-se ao cimento. Fiquei feliz por ele se mexer tanto, era um pequenino lutador. Voltei a apanhá-lo e meti-o num vaso, tendo o cuidado de o esconder debaixo das folhas amarelas e vermelhas de Outono. Espero que os lagartos não o encontrem e o comam, apesar de eles também serem insignificantes e lutadores...

Poor baby! #BrexitTheToad

A video posted by Rita (@stellathepug) on




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