tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post120243828648321429..comments2024-02-20T19:18:14.542+00:00Comments on A Destreza das Dúvidas: Re: Inveja dos doutoradosLuís Aguiar-Conrariahttp://www.blogger.com/profile/03063826896953409478noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-360514883519314112015-04-22T02:04:33.364+01:002015-04-22T02:04:33.364+01:00Nos EUA, o sobrenome da mãe é usado como password ...Nos EUA, o sobrenome da mãe é usado como password para comprovar a identidade da pessoa. <br /><br />Eu não gosto que me chamem por Dra., mas quando eu estava a ensinar na universidade, era assim que os alunos me tratavam e, dado o contexto, era normal. Costumo informar as pessoas para me chamarem pelo primeiro nome, mas há algumas em Portugal que estão sempre a ir de Rita para Dra. Rita e vice-versa. Quando é Dra Rita, já sei que me querem tramar porque estão a tentar lisonjear-me. Sai-lhes o tiro pela culatra, pois com o Dra. Rita fico logo irRITAda.Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-91615383528164832912015-04-22T00:23:54.897+01:002015-04-22T00:23:54.897+01:00Caro Rui,
Eu não me incomoda que se use os título...Caro Rui,<br /><br />Eu não me incomoda que se use os títulos, incomoda-me, isso sim, que se abuse dos mesmos. Eu sei que os doutoramentos estão "na moda", mas se olharmos para um passado recente e fora do meio académico, qual era a probabilidade de se esbarrar num doutorado? Existiam (e bem) licenciados e bacharéis, mas quantos eram tratados (ou assinavam) Lic. ou Bac.? Se quiser ser "pedante", quantos engenheiros (não civis ou electrotécnicos, porque esses são quase obrigados) é que estão inscritos na Ordem (ou na antiga Associação dos Engenheiros Técnicos) para poderem usar o título?<br /><br />Da mesma forma que Eça no Séc. XIX lhe irritava o "bacharel", a mim irrita-me os "doutores".<br /><br />Já agora, o Mrs. caiu em desuso no Reino Unido (e tanto quanto sei nos EUA) e é considerado indelicado tratar uma mulher por Mrs. a não ser a pedido da própria (a minha era uma das que queria) - são todas Ms. Por cá passou-se o mesmo mas ao contrário - indelicado é o Menina (menos aqui no Puorto ;) ), são todas Senhoras (ou Donas, que é uma coisa horrorosa, da mesma extracção que o Você).<br /><br />Mas já que pegou nisso, a mim o que me encanita nos países anglo-saxónicos é a aniquilação feminina do apelido. Uma mulher casa-se e deixa de ser filha dos pais? Eu sei que nós damos prioridade à ascendência masculina no sobrenome, mas pelo menos não apagámos a história familiar de ninguém.Carlos Duartenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-59500485654043337152015-04-21T16:42:10.594+01:002015-04-21T16:42:10.594+01:00Nos EUA, não é comum o nosso doutoramento vir à ba...<i>Nos EUA, não é comum o nosso doutoramento vir à baila no dia-a-dia</i><br /><br />Na Alemanha é. Na Alemanha o prefixo "dr" é muitíssimo importante. Faz toda a diferença, em termos do respeito que se merece, ser-se doutorado ou não.Luís Lavourahttps://www.blogger.com/profile/07913924552073821855noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-19053387932030168772015-04-21T15:33:17.401+01:002015-04-21T15:33:17.401+01:00@Carlos Duarte
Quando tive o primeiro contacto com...@Carlos Duarte<br />Quando tive o primeiro contacto com a realidade no estrangeiro, com os ditos países "mais desenvolvidos" fiquei fascinado e naturalmente comecei a criticar alguns hábitos dos portugueses que diferiam dos que observava lá por fora. Obviamente que um dos que "saltava" mais à vista era precisamente o da utilização dos títulos. Um dia em conversa com o meu pai ele respondeu-me da seguinte forma. Disse-me que se eu pensasse bem o hábito português da utilização de títulos era algo que inerentemente valorizava a educação e o desenvolvimento académico e que como tal nada tinha de pernicioso por si. Ao contrário de outras "títulos" utllizados no estrangeiro, como por exemplo Miss/Mrs que faz a diferenciação dos indivíduos do sexo feminino consoante o seu estado marital. Hoje em dia que já me passou esse primeiro "fascínio" com o que vem do estrangeiro, reconheço que a utilização dos títulos, apesar de pouco prática, é uma idiossincrisia portuguesa à qual acho uma certa piada e que valorizo. Espero que a nossa evolução não se faça toda no sentido de adotarmos os hábitos e as idiossincrisias anglo-saxónicas.<br /><br />P.S: Contudo, reconheço contudo que, tal como o Carlos Duarte, ao contrário dos meus pais nunca utilizo o meu título por iniciativa própria o que entra um pouco em contradição com o que disse acima. Mas se calhar devia ganhar coragem e começar a fazê-lo. <br /><br />@Rita Carreira,<br />mais uma vez na mouche. <br />Em Portugal, há uns anos atrás, a muitos pouco lhes passaria pela cabeça duvidar sobre o que dizia um licenciado pois certamente saberia tudo sobre a área em que se formou. Por outro lado era do senso comum assumir-se que teriam uma carreira profissional garantida. Com a massificação desse grau a população em geral começou a aperceber-se das diferenças de qualidade dos indivíduos com esse grau de "certificação", que afinal não sabiam tudo sobre a sua área e que eventualmente a sua opinião podia (E devia...) ser analisada com espirito crítico e que a carreira profissional dos mesmos já não era garantida. Aliás nos dias de hoje muitos licenciados sentem-se enganados pois "investiram" nesse grau profissional com o pressuposto da garantia de de que teriam um futuro profissional garantido simplesmente com o "canudo" e hoje estão desempregados, com empregos precários ou carreiras menos satisfatórias o que contraria a crença. Há uns anos atrás, dificilmente um licenciado aceitaria como válida a opinião na sua área de alguém que não fosse licenciado, hoje em dia, também muito devido à profusão de informação proporcionada pela internet, penso que essa atitude também já não será tão comum.<br /><br />A profusão de doutorados é recente pelo que essa mesma "desmistificação" do grau académico ainda está numa fase muito mais atrasada mas penso que também irá acontecer um pouco à semelhança do que aconteceu com os licenciados, tanto do lado de quem o detém como da atitude dos que supostamente têm a inveja dos doutorados. Acho que tudo isto é muito positivo e faz parte do nosso processo de evolução como país e como povo.Ruihttps://www.blogger.com/profile/16289885292823752987noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-86410476437165240202015-04-21T13:52:34.151+01:002015-04-21T13:52:34.151+01:00Rita,
Nós por cá temos um problema com os títulos...Rita,<br /><br />Nós por cá temos um problema com os títulos: é o Sr. Dr. isto, o Sr. Eng, aquilo, o Sr. Prof. acoloutro. Eu não tenho nada contra o uso CORRECTO dos títulos e sou a favor (a minha costela reaccionário-repressiva) penalizações legais para o (ab)uso incorrecto dos mesmos. Mas chateia-me as pessoas fazerem gala disso mesmo.<br /><br />Dou-lhe um exemplo: a minha empresa é familiar e foi fundada pelo meu pai. Como temos ambos o mesmo apelido e somos ambos engenheiros, quando alguém quer o Eng. Duarte eu sei que é o meu pai. E toda a gente o conhece como tal, pelo que o título assumiu, de forma natural, a forma de um quasi-prenome e não tanto de um axiômano. Ora eu quando me apresento apresento-me como Carlos Duarte, sem Eng. (que sou e "legal", porque estou inscrito na Ordem) ou Doutor (porque tenho um doutoramento). <br /><br />Mas isto é anormal e já ouvi coisas do género, quando as pessoas lêem o meu cartão de visita profissional (onde, aí sim, vai DEBAIXO do nome, sem títulos, "Licenciado em Eng. Química - FEUP" e "Doutorado em Eng. Química - FEUP"): "Mas você não disse que era engenheiro. Então é Engenheiro Carlos Duarte, peço desculpa" - mas pede desculpa porquê?<br /><br />Pior, há quem diga então é Doutor fulaninho ou (pior) Prof. fulaninho, ao que eu respondo que sou Engenheiro porque é a profissão que exerço (e não "empresário", como já fui chamado pelo actual Ministro da Economia para meu desconforto, ou "gestor" ou outra coisa qualquer lá porque sou responsável pela empresa). Não curo doenças, dou aulas ou outra coisa do género!<br /><br />Pessoalmente sou adepto do modelo anglo-saxónico - primeiro nome. Mas admito que, pelo formalismo da nossa língua, isso seja excessivo. Mas pelo menos que parem com a mania de usar títulos e tratem toda a gente por senhor salvo em profissões onde o título é indicativo da mesma (como os engenheiros, arquitectos, médicos, professores ou mesmo, por convenção, advogados).Carlos Duartenoreply@blogger.com