tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post2812923115270157185..comments2024-03-28T23:12:24.855+00:00Comments on A Destreza das Dúvidas: pura e simplesmente terrorismoLuís Aguiar-Conrariahttp://www.blogger.com/profile/03063826896953409478noreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-50999230968164557312016-03-29T00:01:32.924+01:002016-03-29T00:01:32.924+01:00O único ponto positivo que conheço em Donald Trump...O único ponto positivo que conheço em Donald Trump, ele não o usa em campanha, possivelmente porque praticou-o por acaso...<br /><br />Um dia, há poucos anos numa recepção, foi abordado por um indivíduo que queria vender-lhe produtos financeiros de elevado risco e não menor rentabilidade prometida ao que retorquiu:<br /><br />NÃO PRECISO DE AJUDA PARA ESTRAGAR A MINHA FORTUNA. Os eleitores americanos terão aprendido a lição que ele lhes deu?Isidro Diashttps://www.blogger.com/profile/06924281291836840193noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-76902179714493759102016-03-19T12:17:22.742+00:002016-03-19T12:17:22.742+00:00A discussão é interessante e pertinente! Sobretudo...A discussão é interessante e pertinente! Sobretudo pelo tom antagónico e quase crispado da coisa!! Há quase dois milénios e meio Aristoteles discorria que o excesso de virtude é um vício, cara Helena! Todavia também reconheceu que a compaixão é, em si, uma virtude, caro Zuricher!! E é precisamente aqui que reside a caricatura pois que, certamente, nem o Zuricher renega a compaixão nem a Helena, creio eu, a pretende subverter por excesso. Ou seja a questão será consensual no campo dos princípios mas controversa na densificação dos mesmos!! A distancia será, talvez, aparente! <br />Apesar disso e todavia, ao detalhe, a Helena não tem medo dos números e entende que 3 é menor que 5 e menor que 50. A sua proposta política de receber 20 milhões de Sírios na Europa (onde é que a Helena foi buscar os 500 milhões?) teria a adesão política de, talvez, 3% dos europeus. Lá está, 3 é menor que 5 e menor que 50!! (Já nem falo de propostas que se refiram a Africanos ou Asiáticos, ainda que a 10% daquele número) A história universal ensina não ser prudente que nações deambulem entre nações e que um novo direito das gentes daí nasça!! <br /><br />Cara Helena, a quem apresente legítimos receios e fundadas inquietações, não brinde com o lacre de xenófobo primitivo. Se insistir, pode eventualmente conseguir transformar mais de três quartos da população europeia em verdadeiros xenófobos encarniçados.<br />Um bem haja a todosJustinianonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-36198675706156552032016-03-19T01:45:34.444+00:002016-03-19T01:45:34.444+00:00«Pergunto-me porque tem tanto ódio ao politicament...«Pergunto-me porque tem tanto ódio ao politicamente correcto. Custa-me um bocado acreditar que reclama para si a liberdade de afirmar no espaço público que os pretos são todos uns preguiçosos que só têm energia para fazer filhos, e que os chineses são todos uns oportunistas e ladrões,(...)»<br /><br />Então, Helena? Pensei que vivia na "Europa dos valores humanitários". Está a tratar o nosso estimado Züricher de foma muito pouco humanitária. É horrível ver estalar o verniz politicamente correcto.Alexandre Burmesterhttps://www.blogger.com/profile/13272478941674381576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-27075677034881837522016-03-19T00:35:29.994+00:002016-03-19T00:35:29.994+00:00Foi esta parte - "Um dos tópicos recorrentes ...Foi esta parte - "Um dos tópicos recorrentes é o facto de o pai do Obama ser muçulmano..." que melevou a fazer esse comentário, Rita. Pensei que achasses que o pai do Obama não era muçulmano. Estou esclarecido.Alexandre Burmesterhttps://www.blogger.com/profile/13272478941674381576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-63486068968059172152016-03-18T22:22:00.317+00:002016-03-18T22:22:00.317+00:00Tive que procurar porque sabia que isto me tinha p...Tive que procurar porque sabia que isto me tinha passado pelos olhos recentemente, encontrei:<br /><br />https://yougov.co.uk/news/2016/01/12/germans-attitudes-immigration-harden-following-col/<br /><br />Eu não desdenho estas coisas tão rapidamente. E, enfim, do Bild pode dizer-se o que se quiser. Mas com o YouGov já convém ter um pouco mais de cuidado na crítica e, em última análise, a sondagem é responsabilidade do YouGov.<br /><br />Tenho visto outras coisas do mesmo género e no mesmo sentido ao longo das últimas semanas. Não as desdenho, de todo em todo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-55511895626943090392016-03-18T22:16:59.788+00:002016-03-18T22:16:59.788+00:00Helena, referi apenas até Hitler chegar à chancela...Helena, referi apenas até Hitler chegar à chancelaria na sequencias das eleições de Novembro de 1932. Sei perfeitamente o que se passou a seguir. Mas nessa altura ele já era chanceler e estava a acaparar quanto poder pôde. Quando, por fim, Hindenburg morreu até a chefia do estado. Mas o relevante é que ele chegou à chancelaria por meios perfeitamente legais e dentro do jogo democrático.<br /><br />Em relação ao seu segundo parágrafo, sim, neste momento são uma minoria. Vamos esperar até serem maioria para fazer alguma coisa? E, note, para fazer estragos e criar confusão não é preciso que sejam, sequer, maioria nas eleições.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-30298684805232307372016-03-18T22:11:53.301+00:002016-03-18T22:11:53.301+00:007. Parece-me que se esqueceu de ler algumas página...7. Parece-me que se esqueceu de ler algumas páginas da História alemã... Esqueceu-se do incêndio do Reichstag, até hoje não esclarecido, e do golpe de Estado de Hitler, que se aproveitou do incêndio para se auto-atribuir todos os poderes à margem da Democracia? Esqueceu-se do encarceramento de todos os deputados da oposição? Esqueceu-se da imposição de um regime de terror, e dos castigos que caíam sobre quem se atrevesse a dizer alguma coisa (e sobre a sua família)?<br />Desculpe, mas tem uma visão muito cor-de-rosa dos primeiros anos do III Reich. <br /><br />Finalmente: fala das "populações" como se fosse a grande maioria dos alemães. Mas são uma parcela pequena da sociedade. Nas últimas eleições regionais, ganharam claramente os partidos que se aliaram à política de refugiados da Angela Merkel. Mesmo no Estado onde a AfD conquistou 24% dos votos, houve 76% de votos de pessoas que não concordam com a AfD. Não percebo o seu interesse em esquecer princípios e tratados internacionais, para não falar em valores cristãos, só para acalmar 12% ou 24% do eleitorado. Quando há em cada um desses Estados muitas mais pessoas que se manifestam claramente a favor dos refugiados. Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-78554622272455101852016-03-18T22:04:38.270+00:002016-03-18T22:04:38.270+00:00Não, Helena? Aquele bizarro cartazinho de boas man...Não, Helena? Aquele bizarro cartazinho de boas maneiras como se fossem crianças veio de onde? E a presidente de câmara a dizer que as mulheres é que têm que cuidar-se, de onde? E a tentativa de cover-up das vexações a mulheres, isso em comum também com a Suécia? Não sei se segue o zerohedge. É uma publicação um tanto ou quanto alarmista mas tem as suas coisas boas também e uma das coisas boas que têm feito é um seguimento exaustivo e cronológico de todas estas coisas. Publicam um update de vez em quando indicando sempre as fontes para o que põem. É uma leitura interessante.<br /><br />Vivem em condições terriveis. Sem sombra de dúvida. Mas é ou isso ou um campo de refugiados. O que fazer? <br /><br />Muçulmanos e neonazis: com os que são cidadãos um país não tem remédio senão atura-los e lidar com eles. De resto, nem sequer me referia a esses mas tão somente às minorias de imigrantes. Chegam à Europa hindus, chineses, africanos e sei lá mais eu o quê. Os problemas na Alemanha, França, Inglaterra e Suécia são de que migrantes? Dos muçulmanos, não é? É aqui que digo que convém refletir sobre o assunto e trata-lo.<br /><br />Não insinuei nem expressei que todos os muçulmanos são inimigos mas disse e repito que as sociedades ocidentais não conseguem absorve-los em tão grande quantidade e em tão pouco tempo, mormente nas condições actuais da Europa. E que isso gera reacção por parte da população. Por outro lado os desaguisados que tem havido não ajudam em nada a causa dos refugiados. Por isto disse e repito que a imigração (sejam refugiados, sejam migrantes económicos) deve ser uma coisa feita com muita ponderação e de acordo com a capacidade dos países e sociedades de acolhimento.<br /><br />Não percebi ainda muito bem se as pessoas vêem a fugir de Assad ou se vêem a fugir das zonas sob controlo dos rebeldes e que, dentro da Síria, fogem também, quando podem, para as zonas controladas pelo governo Sírio. O que, de resto, é muito mais dificil do que fugir para a Turquia.<br /><br />Eu não proponho não enervar os partidos de extrema-direita e nunca disse tal coisa. O que disse várias vezes foi evitar dar motivos aos cidadãos para votarem na extrema-direita xenófoboa e com tintes nacional-socialistas. Porque se os cidadãos tiverem motivos para votar neles, votam como, de resto, vêm votando.<br /><br />PEGIDA: o que é facto é que os números de apoiantes e participantes nas manifestações está a aumentar. Porquê? Uns manifestantes têm uns motivos, outros outros. Mas o aumento global do apoio, não apenas na Alemanha mas em vários outros países também, não pode ser negligenciado. Pode ser por medo do diferente, pode ser por efectivas más experiências. Agora, esse apoio em crescendo não pode ser ignorado. Sob pena de as coisas irem mais além.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-86473025307190701052016-03-18T22:00:12.745+00:002016-03-18T22:00:12.745+00:005. e 6. Como já disse atrás: não se pode aceitar u...5. e 6. Como já disse atrás: não se pode aceitar uma política de appeasement para acalmar os xenófobos. Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-39768898793986441232016-03-18T21:57:55.172+00:002016-03-18T21:57:55.172+00:004. Quer dizer: depois de estragar, dizemos que já ...4. Quer dizer: depois de estragar, dizemos que já não nos apetece brincar mais, não é? <br />E mantenho: não acredito que um par de milhões de refugiados sejam um perigo tão grande para a Europa. Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-49197813836241956562016-03-18T21:55:57.188+00:002016-03-18T21:55:57.188+00:003. "Invasão islâmica" foi a expressão qu...3. "Invasão islâmica" foi a expressão que usou. <br />Fala-me em números incomportáveis mas, curiosamente, nas cidades onde há maior concentração de refugiados o peso do Pegida é insignificante. E nos sítios onde há muito menor peso de refugiados o peso do Pegida é muito grande. As pessoas temem o que não conhecem. E nos sítios onde não há refugiados, não os podem conhecer, pelo que podem alimentar livremente os medos incutidos sabe-se lá por que interesses. <br />Há turcos a viver em Kreuzberg e Neuköln, em Berlim, há décadas. Os alemães parece darem-se lindamente com esse facto. Os partidos de extrema-direita não têm qualquer relevância nos bairros onde vivem turcos e árabes. Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-9444051273258095892016-03-18T21:50:39.728+00:002016-03-18T21:50:39.728+00:002. Se diz que em 1915 a situação era muito diferen...2. Se diz que em 1915 a situação era muito diferente, porque havia amizade entre os arménios e os sírios, está a insinuar que todos os muçulmanos que hoje procuram refúgio na Europa são potenciais inimigos. Nem preciso de comentar. <br />Sobre o Assad: facto é que as pessoas vêm a fugir dele, porque bombardeia as cidades onde vivem, e porque as mata sem dó nem piedade.<br />Quanto à sua proposta recorrente de não enervar a extrema-direita, para não dar em terrorismo: vamos tentar de novo a aApeasement-Politik? Da outra vez não correu lá muito bem. Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-63678611224554873012016-03-18T21:42:42.183+00:002016-03-18T21:42:42.183+00:001. Não sei de que país está a falar. Na Alemanha, ...1. Não sei de que país está a falar. Na Alemanha, que é a realidade que conheço, ninguém trata os refugiados como atrasados mentais ou coitadinhos a quem tudo é permitido. Vivem em condições terríveis, e muita paciência têm eles para aguentarem tudo isso. Muitas vezes penso que se pusessem as pessoas da minha rua a viver nas mesmas condições, ao fim de menos de uma semana já estávamos todos à batatada. <br />Quanto aos guetos: na Alemanha já se fala há muito em evitar grandes concentrações de refugiados num sítio só, e nunca ouvi protestos do lado do politicamente correcto. <br />Quanto aos pobres, e a só os muçulmanos darem problemas: está outra vez a brincar, não está? Acha mesmo que os únicos pobres que caem na delinquência e no terrorismo são os muçulmanos? Nunca ouviu falar do fenómeno dos neonazis na região da antiga Alemanha de Leste?<br /><br /> <br />Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-41186942701852558642016-03-18T21:04:15.176+00:002016-03-18T21:04:15.176+00:00Não percebi o teu comentário, Alexandre. Eu não ac...Não percebi o teu comentário, Alexandre. Eu não acho mal nenhum. A minha amiga é que acha que isso é prova de que ele é um infiltrado dos muçulmanos para destruir os EUA. As pessoas vêem o que querem ver e muitas não querem mudar de opinião mesmo quando confrontadas com as deficiências lógicas dos seus argumentos.Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-3081247567855704272016-03-18T20:14:16.949+00:002016-03-18T20:14:16.949+00:00Tentarei não me alongar neste comentário dado que ...Tentarei não me alongar neste comentário dado que os anteriores foram um desaforo pelo qual me penitencio. Compensarei pela redução neste.<br /><br />Não gosto do politicamente correcto essencialmente pelas suas consequencias. No caso da imigração em geral uma das suas expressões é a desculpabilização dos estrangeiros que cometem crimes com a desculpa dos "coitadinhos" e o cover-up que se faz disso como tem sido comum na Alemanha e na Suécia. Outra consequência, essa que aconteceu aí na Alemanha, a presidente de câmara que disse que as mulheres agora é que tinham que cuidar de não provocar os recém-chegados. Isto é, para mim, incompreensivel. Há inúmeros outros casos mas irei aludir apenas a mais um, este num outro âmbito, o do emprego feminino. Em vários empregos (polícias, por exemplo) há critérios de selecção diferentes para candidatos homens e candidatos mulheres. Isto, claro, acontece porque há enorme pressão para admitir mulheres e se os critérios físicos fossem os mesmos muito esporádicas mulheres os superariam. Isto é, para mim, um total absurdo. Os empregos têm aqueles requisitos porque são necessários para o seu desempenho. Pode dizer que o físico das mulheres e dos homens é diferente. Sim, pois é, claro que é. Mas o emprego tem os requisitos que tem. Quem passa os critérios passa, quem não passa, não passa e procura outra actividade. Agora, andar a baixar os critérios apenas para ceder à pressão de admitir mulheres não faz qualquer sentido. E isto foram apenas três exemplos soltos e simplezinhos. Se formos para campos diversos, desde a criminalidade à ciência, o politicamente correcto expressa-se em muitas mais e mais gravosas formas. Não me alongo, porém, para não acabar com um encadeado de comentários.<br /><br />Os exemplos que dá são extremos mas, cara Helena, não podemos esquecer uma coisa. Pode realmente proibir-se as pessoas de dizerem o que quer que seja. Mas não se consegue proibi-las de pensar. Há coisas que me parece adequado que constituam realmente crime, nomeadamente quando há incitamento directo ao ódio e à violência, mas fora disso, olhe, cada um que diga o que quiser. Problema seu. Algumas coisas são de mau gosto? Sim, claro que são. Mas, hey, todos somos ofendidos alguma vez na vida como toda a vida fomos e nunca ninguém morreu por causa disso. Uma das coisas que disse tocou-me pessoalmente. Mas se alguém disser em geral, olhe, problema de quem diz. <br /><br />Hoje em dia, no ocioso e desocupado Ocidente, protegem-se demasiado as pessoas. No resto do mundo as pessoas têm coisas mais úteis com que ocupar o tempo e o espírito.<br /><br /><br />Em relação ao seu segundo comentário, aceito plenamente a sua percepção. É também a minha onde vivo. Mas o que é facto é que os ataques acontecem em cada vez maior número e que as manifestações do PEGIDA têm cada vez mais gente. E não posso dar maior valor à minha percepção do que aos números do que se vai passando, não é?<br /><br />Por último, o que conta sobre as diferenças entre as duas Alemanhas no que toca ao tratamento dos estrangeiros. Repare que a Alemanha de Leste esteve fechada durante 45 anos e com muito pouco contacto com estrangeiros. É natural que reajam com maior prevenção e, quando vêm de repente tantos estrangeiros seguidos, reajam até com algum pânico. É algo muito novo para os Alemães de Leste e, em geral, para os países do Leste Europeu. Isto desculpa que andem por aí a deitar fogo a tudo o que mexe e é diferente? Não, claro que não. Mas permite entender e perceber o que está na raiz do assunto podendo-se assim de alguma forma minorar a afronta que essas pessoas sentem. E, claro, uma vez mais, essa gente é Alemã também e votam nas mesmíssimas eleições que os outros portanto não pode ignorar-se o que sentem.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-38439085306278045652016-03-18T19:29:29.193+00:002016-03-18T19:29:29.193+00:007 - A todo o conhecimento que tenho da sociedade e...7 - A todo o conhecimento que tenho da sociedade e história Alemãs desse tempo e sobre a qual há abudante documentação. Claro que os Alemães evitam ao máximo falar sobre esses tempos embora até isso esteja a mudar nos últimos anos dado as gerações actuais já estarem a começar a libertar-se dos complexos de culpa anteriores que as levavam a aceitar todos os enxovalhos relativos a tudo quanto de mau se passou nesse tempo. Repare, Helena, que até 1990 os Alemães aceitaram as culpas por tudo e mais alguma coisa, incluindo pelo que não fizeram como foi o caso de Katyn. Simplesmente não tinham ânimo para repôr a verdade e, de resto, nem ninguém lhes consentia que o fizessem. Na realidade e dado ter atingido uma série de objectivos, Hitler desfrutou de grande apoio popular, apoio esse que durou até cerca de 1941-42. Mais ou menos até a guerra começar a inverter-se, começarem a cair bombas em cidades Alemãs em grande quantidade e as condições de vida dos Alemães começarem a cair abruptamente. Hitler era genuinamente aclamado onde ia e não há, sequer, notícia de qualquer movimento de resistência na Alemanha Nazi com grande expressão ou organização. Havia pequenos grupusculos sem qualquer consequência ou expressão real. A população em geral, essa, estava agradecida a Hitler por ter acabado com o desemprego, ter melhorado enormemente as condições de vida do povo e ter libertado a Alemanha de Versalhes permitindo-lhe sonhar com ser grande outra vez. Só começa tudo a mudar já entrados os 1940s e, mesmo aí, nunca se conseguiu criar um movimento coordenado e uno contra o governo de Hitler. Isto contrariamente ao que aconteceu nos países ocupados onde a resistência organizada e expressiva foi a regra.<br /><br />Em todo o caso aludi à Noite de Cristal em resposta à frase "O que os senhores fizeram é, nada mais, nada menos, o que a SA fez a 9 de Novembro de 1938" que escreve no seu post original.<br /><br />Concordo com o que diz sobre o que aconteceu no anos '30. Porém nessa altura houve motivos para Hitler ter chegado ao poder. Não chegou lá por causa dum golpe de estado ou pela força. Chegou por meios constitucionais e teve as duas maiores votações desde 1920. Houve motivos para os eleitores Alemães nele terem votado. Ignorar os motivos pelos quais os eleitores hoje em dia, na Alemanha como em vários outros países, votam em partidos com políticas pouco recomendaveis, é repetir exactamente o mesmo erro que levou à ascensão de Adolf Hitler à chancelaria. As pessoas votam em quem promete dar-lhes o que pretendem obter. Por isso o movimento PEGIDA e vários outros partidos estão a crescer como estão a crescer. Não quero que cresçam, de todo. E precisamente por isso é que advogo que os partidos do tradicional arco de poder devem ter muita cautela na sua acção e evitem afrontar demasiado as populações. É que, sentindo-se afrontadas, as populações reagem por si, por um lado, e, em simultâneo reagem com o voto. Exactamente como fizeram em 1932.<br /><br />Há 90 anos não lhe estaria a dizer que os judeus são um perigo. Sei separar perfeitamente o que vejo e sinto, o que observo e os dados que me chegam, dos meus próprios anseios, desejos e vontades. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-85325984661473681782016-03-18T19:29:14.365+00:002016-03-18T19:29:14.365+00:005 - Não deixa de ser interessante ver que nos últi...5 - Não deixa de ser interessante ver que nos últimos 15 anos ou coisa do género tem-se reduzido muito o âmbito ao qual são aplicadas. Hoje em dia a Helena e outros foristas estão aqui a debater esta questão amenamente comigo. Quando há uma dúzia de anos aludia a estes temas eu era, como regra, sumariamente despachado com um "Fascista, xenófobo", quantas vezes seguido duma série de palavrões irreprodutiveis num sítio de bem como este. <br /><br />6 - Não disse que ser parte do povo Alemão é um cheque em branco seja para o que for. O que disse é que essa parte do povo Alemão (e do Francês, e do Sueco, e do Dinamarquês e de vários outros) está a aumentar e os partidos que advogam soluções bastante gravosas estão a ganhar terreno. É que há o risco de chegar o momento em que um partido desses consegue alterar as leis. E aí será muito mau para todos. Começando logo pelas minorias e aí acabará a pagar o justo pelo pecador. Precisamente para evitar este extremo é que advogo que estas coisas sejam feitas de forma muito ponderada, com muita calma e sem afrontar irremediavelmente as populações.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-12633404867310798692016-03-18T19:28:33.290+00:002016-03-18T19:28:33.290+00:004 - Em larga medida está respondido anteriormente ...4 - Em larga medida está respondido anteriormente mas acrescento algo quanto ao que importa clarificar. É certo que em boa medida os problemas foram causados pelo Ocidente. Muito em particular por aqueles que defendem a tese do "sanguinário ditador" que há que derrubar aconteça o que acontecer. Assim um bocadinho como o que aconteceu na Líbia que podia ter servido de lição ao Ocidente (enfim, como podiam ter servido de lição muitas Líbias antes...) mas não serviu e deu no que deu. Defendo como regra uma política de não intervenção nos assuntos internos dos países e das sociedades salvo num caso particularíssimo: quando as decisões internas dum país podem ter efeitos muito graves sobre a nossa sociedade. Fora isso defendo que cada sociedade deve poder evoluir ao seu ritmo, com os seus valores, os seus conceitos, as suas guerras, os seus diferendos e as suas formas de resolução exactamente como nós Europeus evoluímos ao longo de séculos, sozinhos, por nós, sem ninguém meter o nariz. Só assim podem os locais, os próprios, alcançar a paz. Paz verdadeira porque desejada por todos os contendores e de acordo com os seus conceitos e valores próprios, com soluções adequadas às suas culturas e modos de viver. O Ocidente tem feito erros? Sim, sem dúvida. Esses erros desestruturaram sociedades? Evidentemente que sim. Mas isso é desculpa para, de caminho, dar cabo também das nossas sociedades? Assim, numa de perdido por 10, perdido por 1000? Isso é que não aceito.<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-60580484205385400952016-03-18T19:27:37.982+00:002016-03-18T19:27:37.982+00:003 - Não subscrevo a tese da "invasão de refug...3 - Não subscrevo a tese da "invasão de refugiados", aliás, é um tema sobre o qual não subscrevo, a priori, tese nenhuma, sequer. Limito-me tão somente a não pretender o impossivel. A resposta curta responde em larga medida a este ponto mas acrescento uns pózinhos. Sim, quatro por cento da população Europeia. Que se acrescentam aos que já existem e nalguns países são comunidades com dimensões muito vastas. Por outro lado, mesmo sendo apenas quatro por cento, uma avalanche súbita dessa dimensão causa inevitavelmente problemas sociais, demográficos e de saúde pública. É normal que as pessoas se rebelem e reajam. Sendo que esta questão dos refugiados não criou o problema. Foi, sim, a gota de água numa questão que existe há cerca de 15-20 anos e foi evoluíndo lentamente e ao seu ritmo até desembocarmos na questão actual. E, enfim, se não se atalhar continuará a evoluir ao seu ritmo que agora já não é tão lento como antanho. Espero que dentro de uns meses, um par de anos, cinco anos mesmo, não estejamos aqui a lamentar coisas muito mais graves e sérias do que uns ataques esparsos a centros de refugiados. Espero-o sinceramente e é precisamente esse o fundo de tudo o que venho dizendo sobre o tema.<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-3254227033097756742016-03-18T19:27:23.312+00:002016-03-18T19:27:23.312+00:002 - Reacção humana normal e ancestral do ser human...2 - Reacção humana normal e ancestral do ser humano na sua reacção ao diferente que o agride. Os Arménios na Síria não são propriamente estranhos e nem o eram em 1915. A relação amistosa dos Arménios com a Síria perde-se no tempo. Além de que o contexto de 1915 era totalmente diferente do actual. Não havia a crispação no mundo muçulmano que há hoje em dia. Por outro lado, não, não pretendo fechar sumariamente as portas a quem busca protecção. Agora, também jamais me passaria pela cabeça enfiar pela goela das populações nativas algo que elas não estão preparadas para aceitar. Que, de resto, não é mais do que o que fazem EUA, Canadá ou Austrália entre vários outros. Será que são xenófobos? Não, penso que não. O que advogo desde o início é o meio termo. É o ideal? Não. Mas é simplesmente o possivel e o que tem sido feito em todo o lado desde a Segunda Guerra: campos de refugiados. Daqui que deixo uma pergunta: é preferivel haver campos de refugiados com um módico de condições onde os refugiados podem estar até lhes ser possivel voltar para as suas terras ou é preferivel ter as sociedades de vários países Europeus em polvorosa, ter uma certa extrema-direita próxima do nazismo em ascensão, ter ataques violentos a refugiados e ter refugiados a viver em condições atrozes na improvisação de Idomeini? O que é preferivel? Utopizar sobre o óptimo ou aceitar o possivel? Alguns poderiam entrar e ser integrados, claro. Mas sempre de acordo com as necessidades e possibilidades dos países de acolhimento. Uma vez mais, exactamente como fazem EUA, Austrália, Canadá e vários outros. Algo que na Europa é um conceito estranho, é aplicado com sucesso na generalidade do resto do mundo. Uma última nota sobre este ponto em particular. Aplicar o epíteto "brutal ditador" a Assad não pode ser real. A Síria era um dos países mais prósperos do Médio Oriente e, a par com o Iraque de Saddam, os únicos que não tinham tensões religiosas e onde as várias comunidades religiosas conviviam de forma amena. Outro aspecto era a homosexualidade. Pese embora ser ilegal na legislação vigente até ao início da guerra civil, o regime de Assad nunca fez uma perseguição exaustiva e intensiva aos homosexuais como acontece em todos os restantes países da região excpto Israel. Havia algumas prisões (penas irrisórias para o contexto regional), alguns problemas, mas nunca algo intensivo como nos restantes países ou até mesmo na RFA ou Inglaterra até 1969 e 1967 respectivamente. Os indicadores sociais Sírios estavam também em crescendo há décadas. E podia continuar discorrendo até em maior pormenor sobre a Síria dos Assad. Pai e filho. Assad fez erros e disparates? Sim, claro. Eu aponto-lhos. Mas "brutal ditador", essa não. No contexto local e regional, Assad é um ditador, sim, mas não particularmente sanguinário ou agressivo. Mesmo a questão das armas químicas, sim, usou-as. E não o devia ter feito. Foi um erro imperdoavel. Mas rapidamente deixou de as usar e entregou-as aos Russos.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-17879129177075413132016-03-18T19:27:07.159+00:002016-03-18T19:27:07.159+00:00«O muro que a Europa está a erguer para evitar a e...«O muro que a Europa está a erguer para evitar a entrada de emigrantes é a coisa mais vergonhosa e mais imoral que podia ter feito. É inaceitável do ponto de vista dos princípios que diz serem os seus, é inaceitável do ponto de vista histórico (quantos europeus não fugiram a fomes e guerras e foram acolhidos noutros continentes?»<br /><br />Ainda há uma coisa chamada lei e controlo fronteiriço. E esses europeus todos que foram para outros continentes, nomeadamente o americano, fizeram-no obedecendo às regras locais de imigração. Presumo que já tenha ouvido falar de Ellis Island, por exemplo?<br /><br />Também objecto ao discurso que coloca de um lado os bonzinhos, os sensíveis, os defensores dos "valores europeus" e do outro, do lado da maldade e da xenofobia, aqueles que, como o nosso Züricher, defendem mais cuidado, mais cabeça fria, mais realismo e menos demagogia e exibição de bons sentimentos.<br /><br />Alexandre Burmesterhttps://www.blogger.com/profile/13272478941674381576noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-72019905648699391712016-03-18T19:26:52.861+00:002016-03-18T19:26:52.861+00:001 - É impossivel integra-los quando se tratam como...1 - É impossivel integra-los quando se tratam como atrasados mentais, quando se criam regras aplicaveis apenas a eles, quando se lhes permite invocar o serem coitadinhos para desculpar todas as tropelias que façam sem lhes fazer cair em cima toda a força da lei, quando se lhes permite manter os seus hábitos que chocam com os nossos hábitos, com o nosso modus vivendi. Por outro lado, o politicamente correcto impede que se force essa integração. Contrariamente, aliás, ao que acontece no Canadá, EUA ou Austrália. Dados os resultados parece-me que na Europa das palavras doces as coisas não correm lá muito bem. A Bélgica, como falei anteriormente, tinha uma política que forçava a imigração e impedia a formação de ghettos. Nomeadamente havia nas cidades Belgas uma regra de quotas que impedia que em cada bairro houvesse mais que uma dada percentagem de estrangeiros e isto era posteriormente mais refinado. Alguém lembrar-se de fazer uma coisa destas hoje em dia seria impensavel. Mas funcionava. Só que como vai contra o politicamente correcto, pois que funcione é irrelevante. Não pode fazer-se. Por fim a questão da pobreza: imigrantes pobres há-os de vários sítios. Há nos países Europeus comunidades com as mais diversas origens e, enfim, na sua generalidade pobres que vêm para a Europa a tentar fazer as suas vidas. Porque é que só com os muçulmanos há estes problemas? Se calhar seria avisado parar para pensar nesta questão.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-56310529833263439522016-03-18T19:26:20.907+00:002016-03-18T19:26:20.907+00:00Helena, há duas formas de responder à sua amavel r...Helena, há duas formas de responder à sua amavel resposta, uma curta e outra mais longa. Irei usar as duas até porque a curta, por concisa, remata a longa.<br /><br />A curta:<br /><br />1 - Mas que engraçado, a Europa só agora é que descobriu que há refugiados? Provavelmente os Somalis que estão em Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, não são gente. Tal como, certamente, os restantes mais de 50 milhões de refugiados que há em todo o mundo não o serão. Mas agora com os Sírios a Europa subitamente descobriu que existem refugiados no mundo. Ele há coisas...<br /><br />2 - A matemática da quantidade de refugiados versus a população total da Europa: funciona bem em termos matemáticos, na realidade não. E na realidade não funciona porque as pessoas, os cidadãos, não aceitam. E a partir do momento em que os cidadãos não aceitam, continuar a forçar a barra contra a vontade dos cidadãos é borrifar o fogo com gasolina e estimular cada vez mais o crescimento tanto da AfD (o que não é propriamente mau) mas em particular do PEGIDA e movimentos similares, o que é péssimo. Será que só se vai parar para pensar quando um destes movimentos chegar ao governo nalgum país? Tenho para mim que seria melhor ir travando antes para evitar males maiores.<br /><br /><br />Agora a resposta longa na qual irei usar a numeração por pontos da sua resposta por comodidade.<br /><br />Primeiro a questão dos valores. Valores, princípios, etc, etc, dizem-me pouco. Sou essencialmente pragmático e racional. Tenho muito bem a noção de que o bom é inimigo do óptimo e muitas vezes não há mais remédio que ficar apenas com o possivel. Tenho visto pelo mundo fora os resultados de aplicar princípios indiscriminadamente sem atender às especificidades culturais de cada sítio. Não gosto do que vejo. Aliás, a própria Síria é exemplo do que acontece quando se usam princípios ocidentais em problemas noutras culturas.<br /><br />1 - É impossivel integra-los quando se tratam como atrasados mentais, quando se criam regras aplicaveis apenas a eles, quando se lhes permite invocar o serem coitadinhos para desculpar todas as tropelias que façam sem lhes fazer cair em cima toda a força da lei, quando se lhes permite manter os seus hábitos que chocam com os nossos hábitos, com o nosso modus vivendi. Por outro lado, o politicamente correcto impede que se force essa integração. Contrariamente, aliás, ao que acontece no Canadá, EUA ou Austrália. Dados os resultados parece-me que na Europa as coisas não correm lá muito bem. A Bélgica, como falei anteriormente, tinha uma política que forçava a imigração e impedia a formação de ghettos. Nomeadamente havia nas cidades Belgas uma regra de quotas que impedia que em cada bairro houvesse mais que uma dada percentagem de estrangeiros e isto era posteriormente mais refinado. Alguém lembrar-se de fazer uma coisa destas hoje em dia seria impensavel. Mas funcionava. Só que como vai contra o politicamente correcto, pois que funcione é irrelevante. Não pode fazer-se. Por fim a questão da pobreza: imigrantes pobres há-os de vários sítios. Há nos países Europeus comunidades com as mais diversas origens e, enfim, na sua generalidade pobres que vêm para a Europa a tentar fazer as suas vidas. Porque é que só com os muçulmanos há estes problemas?<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-61352181171826649842016-03-18T19:23:23.536+00:002016-03-18T19:23:23.536+00:00A sua teoria de que as pessoas estão a reagir ao c...A sua teoria de que as pessoas estão a reagir ao colete de forças do politicamente correcto não é de modo algum confirmada pela minha própria experiência. Vivo há quase 30 anos neste país. Na Alemanha ocidental, ouvi muitas vezes pessoas a dizer-me que eu, como estrangeira, devia estar caladinha e dar-me por muito grata por me terem recebido neste país. Na parte oriental da Alemanha, onde nem sequer havia estrangeiros dos quais as pessoas se pudessem queixar, fui testemunha de racismo e xenofobia desbragados. Que o digam os meus filhos, que na escola primária se habituaram a esconder o facto de serem filhos de uma portuguesa. Que o diga o moçambicano que levou tamanha tareia que foi parar ao hospital, em coma. Que o diga o vietnamita que se recusava a entrar em determinados cafés, por medo de apanhar. Que o diga a directora do centro de refugiados de Weimar, que levou as crianças para uma semana num campo de férias, e no comboio teve de lutar contra um grupo de adolescentes a insultar e a bater nas crianças, só porque tinham a pele um pouco mais escura. Que o diga eu, que quando via neonazis não atravessa no vermelho, para não dar nas vistas como não-alemã. (E menciono apenas de casos de pessoas que conheci pessoalmente)<br /><br />A percentagem de estrangeiros na população total era irrisória, mas o “medo” (como lhe chama o Zuricher) dos estrangeiros era enorme. E o politicamente incorrecto estava na ordem do dia. <br /><br />Vamos lá a ver: “politicamente correcto” é um exercício de inteligência. É estar atento às palavras que se usam, e procurar informar-se antes de fazer determinadas afirmações generalizantes sobre um grupo. Não tem nada a ver com assobiar para o ar, com partir do princípio que está tudo bem, com fugir aos problemas. Um criminoso é um criminoso é um criminoso. E não é por ter a pele escura, ou ter uma deficiência física, ou ser neonazi que é menos criminoso. Nós não temos de lutar contra o politicamente correcto, temos de lutar para usar as palavras com propriedade e seriedade, e para tratar todas as pessoas de forma igual, para o melhor e o pior, independentemente de pertencerem a uma minoria ou à maioria. A lei é igual para todos. <br /><br />Quanto ao Pegida e à AfD: quem os juntou numa frase não fui eu, foi um comentador alemão que também se sentia muito oprimido pelo politicamente correcto. Não penso que a AfD seja um partido de direita normalíssimo. Para já, nem sequer é um partido, é um coiso de redes sociais, que voga em função do tema populista do momento para conseguir base de apoio. Começou pela campanha contra o euro, agora apanhou a onda dos refugiados, e assim vai. Quando o eleitorado descontente, que resolveu dar uma ensinadela aos políticos, perceber o disparate que fez, a AfD desfaz-se como um castelo de areia. Depois, não é normalíssimo de Direita. Um partido que tem dirigentes a propor que se protejam as fronteiras da Europa atirando sobre civis (“e mulheres e crianças também?!”, “não, crianças não”) não é um partido normalíssimo. <br />Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-2455815006527672472016-03-18T19:21:57.444+00:002016-03-18T19:21:57.444+00:00Pergunto-me porque tem tanto ódio ao politicamente...Pergunto-me porque tem tanto ódio ao politicamente correcto. Custa-me um bocado acreditar que reclama para si a liberdade de afirmar no espaço público que os pretos são todos uns preguiçosos que só têm energia para fazer filhos, e que os chineses são todos uns oportunistas e ladrões, e que os muçulmanos são todos terroristas, e que os portugueses são improdutivos que gastam mais do que o que têm, e que os franceses são arrogantes e orgulhosos, e que os alemães são todos nazis, e que os deficientes mentais mais valia metê-los em câmaras de gás porque só custam dinheiro, e que os judeus e os ciganos só é pena os que não foram apanhados pelo Hitler, e que os maricas deviam levar com um pau no cu até chegar aos beiços, que é o que eles gostam, e que as mulheres são animais de cabelos compridos e ideias curtas, e que os americanos não passam de uns pubertalóides, e que os índios não passam de bêbedos a viver à custa dos impostos alheios, e que os refugiados só vêm para aqui para viver à custa do nosso Estado Social e para violar as nossas mulheres, e que os políticos era corrê-los todos a tiro...<br /><br />E acha mesmo que se este tipo de discurso voltar a ser habitual e aceitável no espaço público, o país fica melhor? A sério?<br /><br />Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.com