tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post7189507008294168746..comments2024-03-28T23:12:24.855+00:00Comments on A Destreza das Dúvidas: Os recém-licenciados não qualificadosLuís Aguiar-Conrariahttp://www.blogger.com/profile/03063826896953409478noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-50607605606530647762015-01-13T18:59:02.480+00:002015-01-13T18:59:02.480+00:00Miguel Madeira, esqueci-me de dizer que o teu prim...Miguel Madeira, esqueci-me de dizer que o teu primeiro parágrafo é pensamento de econometrista: como é que se arranja uma maneira de testar a hipótese de que os jovens portugueses não têm soft skills. O teste é, realmente, que, se eles fossem assim tão "desqualificados" como algumas pessoas nos querem fazer crer, eles não conseguiriam arranjar emprego no estrangeiro. Pode-se contra-argumentar que há um enviesamento de selecção ("selection bias"), pois muitos desses jovens auto-seleccionam-se para ir para o estrangeiro, logo pode ser que tenham um espírito aventureiro e gostem do desconhecido e não sejam representativos dos que escolhem ficar em Portugal; mas, mesmo assim, as empresas estrangeiras também vêm a Portugal recrutar jovens que estão cá dentro, o que diminui o efeito do aventureiro, e conseguem encontrar pessoal qualificado.<br /><br />Acho que, a haver falta de alguém, seria mais para o lado da maneira como as empresas nacionais são geridas e da enorme burocracia e carga fiscal impostas pelo estado português, do que da qualificação dos jovens. Mas, como eu indiquei, o problema é que nós precisamos que as empresas criem mais empregos. Formar mais jovens não aumenta o número de empregos disponíveis. O nosso problema é mesmo um de criação de empregos; não é de falta de empregados.Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-10888581571468125402015-01-13T18:03:54.313+00:002015-01-13T18:03:54.313+00:00Eu confesso que, de todos os povos, tenho menos ex...Eu confesso que, de todos os povos, tenho menos experiência com os europeus do norte, mas a pouca que tive foi negativa. Por exemplo, trabalhei com uma pessoa alemã, que demonstrou ter falta de ética e ser profissionalmente incompetente. Sim, trabalhava depressa, mas o trabalho estava cheio de erros. <br /><br />Quando fiz intercâmbio na universidade com uma universidade americana, um dos meus colegas no programa era austríaco. Estava sempre a faltar às aulas e a cravar-me os apontamentos. A única vez que eu lhe pedi apontamentos porque eu fiquei doente e faltei, ele não mos emprestou. Disse para eu ler o livro. No meu livro, isso chama-se falta de ética.<br /><br />Há uns dois anos, colaborei com uma empresa holandesa que tinha uma app para fazer telefonemas e pediram-me a opinião de como penetrar nos EUA. Eu disse-lhes muito especificamente que o melhor mercado era o dos estudantes universitários internacionais. Disse-lhes como as universidades americanas funcionavam, como contactar esses estudantes, até fiz umas perguntas ao gestor do gabinete de relações internacionais de uma universidade com uma população estudantil internacional grande e dei-lhes as respostas. Dei instruções claras de como lidar com americanos--o americanos não gostam de perder tempo. Se a pessoa escreve um email longo, ainda por cima com a informação mais importante ao fundo, ninguém lê. A empresa não ouviu e claro que não está a expandir-se nos EUA. <br /><br />Ter sensibilidade para outras culturas não me parece ser o forte dos europeus do norte. Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-36582332950718347182015-01-13T01:00:57.450+00:002015-01-13T01:00:57.450+00:00Se esses jovens, que vão para o estrangeiro, conse...Se esses jovens, que vão para o estrangeiro, conseguirem arranjar lá emprego, penso que isso refutará a ideia que tal se deverá a alguma deficiência da sua formação - afinal, se fosse esse o problema também se verificaria lá fora (a menos que, neste caso especifico, os sectores dominantes na economia portuguesa requeressem mais soft skills do que nos outros países, o que até pode não ser totalmente descabido).<br /><br />De qualquer maneira, não sei se o defeito português até não será soft skills a mais e hard skills a menos em vez de o oposto; mesmo os estereótipos populares (que valem o que valem) indicam nessa direção. Veja-se, p.ex.:<br /><br />- a imagem do "português simpático", em contraste com tanto com a do "nórdico frio" como com a do "mediterrânico pronto a sacar da navalha"<br /><br />- a aparente inclinação dos portugueses para o comércio (uma atividade muito dependente da facilidade de relacionamento)<br /><br />- mesmo o famoso "desenrascanço", expressão que acho que costuma ser usada sobretudo como sinónimo de "à vontade em qualquer situação social" (e não tanto no sentido de capacidade de improvisação técnica, estilo McGyver)Miguel Madeirahttps://www.blogger.com/profile/07382939732567489809noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-86800612164580419652015-01-12T18:06:19.017+00:002015-01-12T18:06:19.017+00:00Manuel Cabral, concordo em absoluto com o seu diag...Manuel Cabral, concordo em absoluto com o seu diagnóstico de mudança de paradigma, e até fiquei muito surpresa pois quando fui a Portugal em Setembro de 2014, pois vários jovens, filhos dos meus amigos, conversaram comigo e já têm planos ou pensamentos de sair de Portugal. Estamos a falar de crianças com 13, 16, e 17 anos, todos bons alunos, e de famílias com bons backgrounds. A forma como falavam de Portugal era, para mim, completamente surreal e eu sei o que é decidir sair, mas nunca tive uma impressão assim tão derrotista de Portugal como estas crianças já têm. Portugal está num grande sarilho. Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-58419256552074694322015-01-12T17:01:22.345+00:002015-01-12T17:01:22.345+00:00Um dos problemas que hoje enfrentamos com a emigra...Um dos problemas que hoje enfrentamos com a emigração de jovens é que esta se pode estar a tornar um problema mais sério e mais grave do que era há dois ou três anos. Parece ter-se mudado de um paradigma em que os jovens que não encontravam emprego durante algum tempo consideravam emigrar e alargavam as geografias para as quais concorriam, para uma situação em que muitos jovens já no segundo ano do curso estão a pensar em emigrar. Uma situação reconhecida pelos empregadores estrangeiros que passaram a recrutar directamente em Portugal. A diferença entre as duas situações é que na primeira os melhores tenderiam a ficar em Portugal (pois eram os com maior probabilidade de conseguir empregos), enquanto na segunda poderemos cair numa situação em que os melhores começam logo por concorrer para ir para o estrangeiro. Em termos pessoais eu penso que a experiência de viver e trabalhar no estrangeiro é muito interessante e muito positiva, mesmo sem crise. Mas em termos económicos, a generalização desta atitude pode ser muito má para a economia portuguesa. Quanto aos soft skills, penso que não é um problema especifico dos jovens portugueses. Pode ser um problema de algumas instituições e empresas portuguesas que, ao contrário de muitas empresas estrangeiras, não têm previstas formas de lidar com o publico, e de treinar as pessoas nestes soft skills. Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/05347931896794223530noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-10497817770760855182015-01-12T16:25:30.967+00:002015-01-12T16:25:30.967+00:00Eu acho que sim, há uma grande complementaridade c...Eu acho que sim, há uma grande complementaridade com as qualificações técnicas que tradicionalmente se adquirem na universidade.Rita R. Carreirahttps://www.blogger.com/profile/16499078988285038547noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6138536632337179442.post-44450155649957288662015-01-12T13:41:52.463+00:002015-01-12T13:41:52.463+00:00Na verdade, nos últimos anos, tem havido uma grand...Na verdade, nos últimos anos, tem havido uma grande aposta das universidades portuguesas nos "soft skills". Aqui na escola de economia da UMinho, esse investimento começou há há alguns anos. <br />Eu, pessoalmente, duvidava um pouco da utilidade dessa formação, mas a verdade é que parece estar a produzir resultados.Luís Aguiar-Conrariahttps://www.blogger.com/profile/03063826896953409478noreply@blogger.com