Esta semana ficou marcada pela história dos subsídios de férias e Natal. Um burocrata qualquer de Bruxelas lançou a confusão ao admitir que o corte podia tornar-se permanente. O governo reagiu, como se sabe, de forma descoordenada e entrando em contradição com afirmações recentes. O rigoroso Vitor Gaspar admitiu ter cometido um lapso, trocando os anos. Finalmente, o nosso primeiro confessou que, talvez, em 2015 os ditos cujos comecem a ser gradualmente restituídos – 20%, segundo o Expresso – ou talvez não, podendo o rendimento total passar a ser distribuído por 12 meses. Esclarecidos?
Não liguem. Nada disto é para levar a sério. Primeiro, ninguém sabe como é que estará a economia em 2015; segundo, o mais provável é ser a União Europeia a decidir. Para a semana, Passos Coelho vai assinar um pacto fiscal, no qual se oficializa o fim de quaisquer veleidades em termos de soberania orçamental.
Hoje, numa entrevista a um jornal alemão Passos manifestou dúvidas sobre a possibilidade de voltarmos aos mercados financeiros em 2013, contrariando recentes declarações de Vitor Gaspar em Nova Iorque.
Uma coisa é certa: com os elementos do governo a contradizerem-se uns aos outros e a si próprios, Portugal não recuperará tão cedo a credibilidade junto dos investidores em títulos.
Se não fazem a mínima ideia do que estão a falar, não seria mais sério e sensato estarem calados ou simplesmente dizerem a verdade?
"Se não fazem a mínima ideia do que estão a falar, não seria mais sério e sensato estarem calados ou simplesmente dizerem a verdade"
ResponderEliminarCalados, não podem ficar, por razões óbvias.
Simplesmente dizerem a verdade é politicamente incorrecto.