Na
sexta-feira, a influente revista The Economist considerou a economia francesa o
principal risco para a zona euro, uma bomba-relógio, devido à perda de
competitividade e aos crescentes desequilíbrios orçamentais. O novo “doente da
Europa” apresenta sintomas alarmantes. A despesa pública representa 57% do PIB,
o valor mais elevado da Europa; a dívida pública está próxima dos 90% do PIB; a
economia, de acordo com a maioria das previsões, deverá entrar outra vez em
recessão a partir do quarto trimestre deste ano.
Em vez das prometidas “políticas de crescimento”, Hollande apresentou recentemente um orçamento com cortes que ascendem a 30 mil milhões de euros. Como seria de esperar, o homem que prometeu liderar um combate à ” política cega da austeridade” vê a sua popularidade cair a pique. Desgraçadamente, e ao contrário do que muitos nos querem fazer crer, a austeridade não é uma opção, é uma fatalidade.
Em vez das prometidas “políticas de crescimento”, Hollande apresentou recentemente um orçamento com cortes que ascendem a 30 mil milhões de euros. Como seria de esperar, o homem que prometeu liderar um combate à ” política cega da austeridade” vê a sua popularidade cair a pique. Desgraçadamente, e ao contrário do que muitos nos querem fazer crer, a austeridade não é uma opção, é uma fatalidade.
Caro José Carlos,
ResponderEliminarMuitos de nós estávamos convencidos que a retórica eleitoral de Hollande – que tanto aplausos colheu junto de populistas, investidos em convencer quem prefere ouvi-los, que problemas de fundo podem ter saídas leves – iria deparar-se, mais tarde ou mais cedo, com a incontornável realidade, francesa neste caso. E assim foi: Hollande já se rendeu à “fatalidade da austeridade”, termos usados para algo que, pessoalmente, preferia ver descrito como a “inevitabilidade do reequilíbrio”. Parece-me que, para o primeiro termo, já vou tarde. Mas então, pelo menos, não lhe chamemos “fatalidade”. “Inevitabilidade”, podendo significar o mesmo, tem uma conotação mais positiva. Ao contrário dos que gostam de alimentar o fado da austeridade, o inevitável e desejado reequilíbrio das contas nacionais tem a conotação que atribui apenas quem entendeu sua condição – suas causas e graves consequências – e está preparado para aceitar os desconfortos da cura. Com a resignação, com orgulho e com a esperança, com que se encara tudo o que se acredita ser… inevitável.
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