Ingenuamente, muitos pensam que, após as eleições de
Setembro na Alemanha, vai ser possível uma viragem na política europeia, que a
"austeridade" será finalmente abandonada. Infelizmente, estão
enganados e mostram não conhecer minimamente a realidade alemã. Primeiro, a Alemanha não é Portugal, onde é possível um político chegar ao poder e fazer tudo ao contrário do que andou a dizer em campanha: a opinião pública alemã jamais toleraria tal coisa. Segundo, como pretende demonstrar Mats Persson neste artigo , a austeridade (os alemão não lhe chamam assim, chamam-lhe "poupanças") é consensual em todo o espectro partidário. Nas actuais circunstâncias, é tão politicamente suicida um político alemão prometer o fim da austeridade como um candidato a presidente dos EUA negar Deus.
Em abstrato, ou seja, se a alternativa fosse entre despesa e austeridade, tem toda a razão.
ResponderEliminarPorém, a questão aqui é (como quase tudo em economia) melhor visto em termos marginais. Os alemães vão continuar a preferir em abstrato a "poupança" em absoluto ao "investimento/despesa" como solução? Sem dúvida. Porém nenhum país faz só "poupança" ou só "investimento", e o ritmo de "poupança" e o ritmo de "investimento" poderá ter uma modelação diferente com outra coligação mesmo que a chancelaria não mude.