Os franceses previram
que 2013 teria o Verão mais frio dos últimos 200 anos e tivemos uma torreira insuportável. Não me admiro. Tolos são os que
ainda acreditam em francesices como esta, Já o ano passado o
hexágono nos tinha prometido que François Hollande nos salvaria da
linha barrosã do draghismo-merkelismo e afinal saiu-lhes uma versão adocicada da austeridade.
Pela minha parte, assim
que tive conhecimento da previsão francesa de inverno em Agosto,
planeei férias com muita sombra e muita água para aliviar a
canícula que estava para chegar. Quando li a notícia portuguesa
sobre a antecipação do frio feita pelos meteorologistas franceses,
corri a comprar uma geleira espanhola, um chapéu de sol marroquino e
um ar condicionado japonês.
Os franceses são
óptimos barómetros de pernas para o ar. Anunciam chuva, sai-nos
calor. Quiseram liberdade e fraternidade, chegou a guilhotina. A
juventude parisiense pediu revolução, as urnas deram-lhes mais De
Gaulle.
A língua francesa foi
perdendo força de língua internacional e hoje praticamente só é
falada durante o Verão em aldeias portuguesas. O estruturalismo
francês foi perdendo força e hoje praticamente só é discutido
durante o Inverno em universidades americanas.
Claro, não desconheço
que a França contribuiu para uma melhor humanidade com os filmes de
Rohmer, os ensaios de Montaigne e os peitos de Laetitia Casta. E
também estou bem ciente do enorme contributo de pensadores franceses
para o surgimento da Sociologia. E não lhes perdoo.
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