terça-feira, 16 de julho de 2013

RAMALHO EANES PARA PRIMEIRO MINISTRO DE UM GOVERNO NOVO!

Pequena achega para que a confusão política seja ainda mais confusa ou um pouco menos contusa, conso­ante os gostos e critérios de cada um!
Sempre considerei a política uma arte difícil e o seu bom exercício impres­cindível para a sociedade! Não a dos malabaristas ou contorcio­nistas cir­censes, cujo mérito ninguém poderá contestar, pelo que serão sempre apre­ciados, com justeza, quer pelos dotes de coragem, quer pela elasticidade corporal. Formaram-se, à sua própria custa, e fizeram-se mestres de grande valia, sem recorrer à caldeirada à bolonhesa, nem a equivalências e outras conveniências ou indecências… A arte que praticam para granjear a vida tem tido muitos seguidores dentro da nossa arena política; porém, são mais emperrados de musculatura, menos elásticos de corpo, que não de opinião e grandes acrobatas da palavra armadilhada: galgam todos os obstáculos com muita manha e intrujice, mas sempre de consci­ência tranquila… Portugal deve ser o país do mundo que mais tranquilizantes per capita consome. O ladrão rouba de consciência tranquila; o ministro mente de consciência tranquila; o deputado dá o dito por não dito, sempre de consciência tran­quila; o presidente, abarrotado de cultura, diz que faz, mas faltam-lhe pode­res, só teve poderes como primeiro-ministro para mandar arrancar vinhas e escaqueirar as pescas, por isso distribuiu agora três pilares, pilates ou pila­tos pelos três partidos do pacto: os pilares, para sustentar a dívida; os pila­tes, para que os comparsas façam alongamentos no tapete; os pilatos para lavarem as mãos de tanta sujidade… O pri­meiro-ministro fala em tom de bombardino, por vezes bombástico, sorri muito amarelo, quase laranja, mas nem o presidente nem o partido a que ambos pertencem nele confiam; mente muito, ou melhor, profere muitas inverdades… Todos eles se trans­formaram nos funâmbulos da corda bamba da política. Com a vigência do Novo Acordo Ortográfico, reconstruíram o seu significado etimológico: de intervenção na polis, converteram-na na gran­díssima pulhí­tica, que, como as sete pragas do Egipto, desceram por sobre o país não se sabe até quando...

Como não tenho nem nunca tive responsabilidades de cargos políticas (o que não quer dizer que seja irresponsável), tenho-as tão-só cívicas, lembrei-me, e acho que não foi mal lembrado, do General Ramalho Eanes, que binou na Presidência da República e é homem sério e honesto (basta recor­dar que recusou os retroactivos da sua reforma de presidente, um caso iné­dito neste país de polutos) para formar um novo Governo e a ele presidir. Estou já com os ouvidos a chiar de tanta bordoada que vou apanhar! No segundo mandato como Presidente da República todo o espectro partidário português votou nele. Não me lembra bem, mas acho que o MRPP, de Durão, também alinhou com os sociais-fascistas…Assim sendo, teria o consenso de uma faixa maioritária do Povo Português, mal representada na Assembleia da República, e esta, com certeza não lhe negaria o apoio. Der­rubavam-se os três Pilares, Pilates e Pilatos. E, quem sabe, o famigerado rombo da Troika com o corte dos quatrocentos e setenta mil, etc., milhões… Só assim valeria a pena. E com a renegociação da dívida, que o malhadiço Povo Português já não aguenta mais. Com excepção de Ulrich, o banqueiro do aguenta. Aguenta!

4 comentários:

  1. Concordo inteiramente com a sua opinião.
    Gostei particularmente da forma mas também do conteúdo.
    É que eu também penso, mais ou menos, desta forma mas não sei se teria a capacidade de o expor.
    Só me apetece dar-lhe os parabéns.

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  2. E onde entra o PRD nessa equação?

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    1. O PRD é ele próprio, isto é, o seu fundador, General Eanes, que até concorda com o actual PR e com a sua "arriscada" jogatina de fazer reunir os três partidos do chamado Arco da Velha, Arco da Aliança ou Arco Íris...que tem cores para todos os gostos e feitios.

      Cristóvão de Aguiar

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  3. Grande lufada de ar fresco, nesta blogosfera enxameada pelos "umpa-lumpas" do capital financeiro... Muito bem, pelo sentido de humor afiado, forma perfeita e conteúdo ajustado aos dias tristes que vivemos!

    Jaime Carvalhosa

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