"As crises, ao colocarem em causa os equilíbrios
estabelecidos, constituem pontos de bifurcação de trajectórias anteriores. Apesar
dos riscos e da perda de bem-estar para a generalidade da população, as crises
abrem a possibilidade de regeneração estrutural às organizações, nomeadamente
quando estas são entidades burocratizadas cuja evolução se deve mais à inércia
do que à racionalidade.
No contexto atual, a reforma da administração pública tem
uma oportunidade única para se efetuar. Num contexto de redução salarial
generalizada, a aceitação de um regime remuneratório dos funcionários públicos
com uma maior proporção das remunerações variáveis, em função do seu desempenho,
seria muito maior do que noutro contexto. Infelizmente, a opção é cada vez mais
por cortes de despesa sem critério, a não ser o meramente contabilístico de
curto prazo, desperdiçando-se, assim, o potencial que a aplicação de um sistema
efetivo de avaliação de desempenho da administração pública poderia ter para a
renovação da mesma."
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