Espalhou-se por todo o Império uma notícia inaudita: a 28 de
Agosto de 410, Roma, que se tinha a si mesma como «eterna» - a «Roma aeterna»,
como os próprios cristãos diziam – tinha sido tomada e saqueada por Alarico, o
rei visigodo que lutava por um território próprio. Os refugiados relatavam os
horrores que haviam sofrido: incêndios sem fim, mulheres desonradas, senadores
assassinados, perseguição dos ricos e extermínio de famílias inteiras, as
mansões saqueadas, bens de toda a espécie roubados pelos bárbaros, o centro do
governo e de administração do mundo ocidental destruído… A insegurança e o
pessimismo alastravam: se Roma, a vetusta capital, tinha caído, já nada era
seguro.
Quando a população portuguesa se der conta do roubo descomunal de que está a ser alvo, os refugiados falarão dos banqueiros queimados na fogueira, os governantes a soldo assassinados, os deputados corruptos empalados, os comentadores venais desmembrados, etc…
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