Ninguém sabe se Erasmo de Roterdão e Maquiavel se
conheceram. É possível. Viveram na mesma época e escreveram dois livros com
muitas semelhanças. Erasmo escreveu “A educação de um príncipe cristão” (1516),
dedicado a Carlos de Borgonha, futuro Carlos V; Maquiavel escreveu em 1513 “O
príncipe” (publicado postumamente em 1532), dedicado a Lourenço II de Médici.
Ambos advertem os príncipes de que é impossível governar contra a opinião do
povo; ambos sublinham que é essencial o príncipe parecer grande e virtuoso aos
olhos do povo. Há, todavia, uma diferença de fundo entre os autores. Erasmo,
como cristão devoto, achava que o príncipe devia “parecer” e “ser” virtuoso,
Maquiavel achava que bastava “parecer”, criando assim uma ruptura que vem até
aos nossos dias.
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