Antes de Sócrates (o filósofo grego), achava-se que o Homem
podia alcançar a imortalidade através de obras, feitos e palavras. Só os
melhores, que constantemente provam ser os melhores, e que perseguem a fama
imortal são realmente humanos; os outros, satisfeitos com os prazeres que a
natureza lhes propicia, vivem e morrem como animais. Até que a partir de determinado
momento os filósofos gregos começaram a desconfiar, muito sensatamente, de que
nenhuma obra saída de mãos mortais pode ser imortal. Descobriram então o
eterno. O eterno, ao contrário da experiência do imortal, não corresponde a
qualquer tipo de actividade humana. A queda do império romano deitou por terra
qualquer ilusão sobre as possibilidades da imortalidade. Sobrou a eternidade,
pregada pelo evangelho cristão. Passaram séculos. Na era moderna, a acção substituiu na
hierarquia tradicional a contemplação, que, desde Platão passando pelos teólogos
cristãos, era considerada a mais alta capacidade do Homem. Mas nada fez sair do esquecimento a procura da imortalidade, que outrora fora central para os gregos.
PS: Lembrei-me de escrever este post depois de ver o filme “The
fault in our stars”.
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