Ao contrário da vingança,
o perdão tenta pôr fim a algo que sem a sua interferência poderia prosseguir
indefinidamente. Liberta os homens do passado e dá-lhes a liberdade para mudar
de ideias e recomeçar. A punição é a alternativa do perdão, mas não é de modo
algum o seu oposto. É significativo que os homens não possam perdoar aquilo que
não podem punir, nem punir o que é imperdoável. Mas há ofensas que não podemos
punir nem perdoar, são aquilo a que desde Kant chamamos «mal radical». Perante
estas ofensas imperdoáveis (pelo menos, na terra), cuja natureza continua tão
pouco conhecida por nós, só resta realmente repetir com Jesus: «Seria melhor
para ele que se atasse ao pescoço uma pedra de moinho e que fosse precipitado
ao mar.” (Lucas, 17:1-5)
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