sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Sobre o que não sabemos

Tenho insistido com a ideia de que a política monetária que está a ser seguida no mundo é bastante arriscada pela simples razão de que ninguém percebe isto assim tão bem para poder ter a arrogância de que pode comandar um ser tão complexo. Esse é, se calhar, o principal motivo pelo qual as políticas monetárias não-convencionais me assustam. Vejo muito poucos benefícios para riscos tão elevados. Foi assim com algum agrado que vi esta declaração de Krugman num dos seus últimos 'posts':
Does Draghi know what he’s doing? Of course not — nobody in this situation knows what he or she is doing, because it’s structurally a mess.
É bom saber que até o tipo que mais a mania tem que tudo sabe concorda que, na realidade, ninguém sabe muito bem o que anda por aqui a fazer. 

1 comentário:

  1. Bom, o Krugman ai estava a falar da gestao da questao grega, nao sei se diria o mesmo sobre o QE. O Bernanke sim, nao tinha nenhum precedente por onde se guiar. O BCE, como ultimo grande banco central a seguir este caminho tem a experiencia dos outros, ainda que limitada. Mas admitindo que sabemos de facto muito pouco. O que nao percebo e como dai conclui que o QE e uma opcao mais arriscada ou arrogante. Porque nao fazer nada tem riscos pelo menos igualmente elevados, basta olhar para o Japao das ultimas decadas. Ao menos temos alguma teoria sobre os beneficios de uma politica monetaria mais expansionista (p.ex. Woodford ou Bernanke), e um caso de aparente sucesso nos EUA. E no nosso caso ja vimos um efeito imediato na queda do euro.

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