Carlos Guimarães Pinto pergunta: Pode um homem que tenha falhado o pagamento de impostos no passado ser primeiro-ministro de Portugal?
A pergunta mais relevante seria antes: Pode um homem que na Assembleia da República impôs impostos aos outros, com pesadíssimas penalizações, fugir aos impostos e, enquanto primeiro-ministro, fazer da moralidade todo um programa político?
A pergunta mais relevante seria antes: Pode um homem que na Assembleia da República impôs impostos aos outros, com pesadíssimas penalizações, fugir aos impostos e, enquanto primeiro-ministro, fazer da moralidade todo um programa político?
O que eu achei estranho neste episódio todo é a defesa ser essencialmente uma de ignorância da lei. Ora na cadeira de Introdução ao Direito que se faz no primeiro ano do curso de economia, curso este que é o curso do nosso ilustre Primeiro Ministro, somos ensinados que ignorância da lei não é uma defesa admissível. Agora pergunto-me se o nosso PM não pagou porque não sabia ou não pagou porque estava a contar que prescrevesse. E, se prescreveu, logo legalmente não tem obrigação de pagar, porquê pagar voluntariamente? Só para calar as pessoas, nomeadamente a comunicação social? Nós não estamos num país com liberdade de expressão? Não deveria ele dizer que realmente errou por desconhecer a lei e que o estado deveria ter processos instituídos para minimizar problemas deste tipo, que penalizam os contribuintes que pagam todas as suas responsabilidades a tempo e horas e para os quais a fuga ao fisco não é uma opção? Ou seja, não é esta uma boa oportunidade para um "mea culpa" em vez de um "eu sou tão bom que até pago quando já não devo"?
ResponderEliminarSem lhe querer tirar razão, julgo que não é razoável comparar as contribuições dos trabalhadores independentes (a recibo verde) para a Seg. Social, como um imposto.
EliminarÉ verdade que não é formalmente um imposto, mas é uma obrigação legal, e por uma lei votada justamente pelo PM quando era deputado. Não é uma contribuição opcional (assim como não o é a contribuição dos trabalhadores dependentes).
EliminarRita, não sendo advogado, parece-me que há uma diferença entre agir com dolo ou sem dolo. A ignorância não isenta a culpa, mas atenua.
ResponderEliminarNeste caso o pior nem sequer é ter falhado o pagamento. O pior são os "pormenores":
Sabia da dívida em 2012 e (segundo o próprio) estava à espera para sair do Governo para pagar? Por alma de quem? A desculpa de que não queria passar a imagem que estava a ser beneficiado é estapafúrdia. Beneficiado é ter uma dívida à SS e ninguém o incomodar por isso.
Mais, hoje o Bloco de Esquerda levantou um pormenor interessante: se PPC era trabalhador independente, tinha de entregar o IRS com o anexo correspondente. Nesse anexo, pelos vistos, tem uma "caixa" para introduzir os valores das contribuições OBRIGATÓRIAS para a SS. Quer dizer, PPC além de esquecido tem problemas de interpretação? O fisco, na declaração de um trabalhador independente, em que um campo obrigatório vem por preencher, não diz nada? Não tocam "campainhas" a dizer que aquilo está mal preenchido?
Sim, os pormenores são maus...
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