terça-feira, 7 de abril de 2015

Em defesa da honra

Caros companheiros e caros leitores, vamos pôr este blogue em ordem.
Não me vou queixar por causa de os posts da Rita terem muito mais comentários do que os meus, porque é evidente para qualquer leitor que os textos dela são melhores.
Não vou invejar a Rita por ela viver nos EUA e eu não ter ido para a Austrália, porque há quem vá atrás dos desafios e quem fique emperrado pela vidinha.
Mas o que não posso aceitar é que alguém - nomeadamente a nossa leitora Betty - diminua a mediocridade das carreiras - académicas ou não - de quem realmente merece.
Que eu saiba, ninguém neste blogue fez uma licenciatura numa universidade do interior, muito pouco prestigiada, excepto eu. Além, ninguém tirou um curso tão fácil como o meu - Sociologia, o chamado curso de fim-de-semana, ou como diziam no meu tempo de estudante, o recurso. Depois, fiz a parte lectiva do mestrado em Comunicação, na mesma universidade pouco cotada, mas desisti de terminar a dissertação porque tive a oportunidade de avançar directo para o doutoramento na Universidade de Salamanca. Como a universidade espanhola era muito prestigiada, obviamente que não conclui o doutoramento ali. Mais por força do decreto-lei 205/2099 que da vontade, inscrevi-me de novo no agora chamado 3º ciclo de estudos, na mesma Universidade de província da licenciatura e na mesma área de origem. Quinze anos depois, entreguei finalmente em Agosto passado a dita tese (que ainda falta defender).
Para completar esse quadro de mediocridade, sou assistente convidado há 17 anos na mesma universidade fraquinha que me licenciou e que parece que este mês me vai doutorar. Nos EUA nunca deixariam uma mediocriade destas acontecer.
Portanto, caros leitores, quando vierem a este blogue, gostava que tivessem respeito pelos currículos das pessoas em vez de andarem a elogiar as mediocridades a quem não as merece. E neste capítulo, desculpa, Rita, mas ninguém tem feito tanto pela mediocridade da carreira como eu.

9 comentários:

  1. E, ainda por cima, pedes-me ajuda de borla para corrigir inglês! Ó pá, não há direito... Quer dizer, não há sociologia!!!

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  2. Faz é o favor de preparar uma grande jantarada para o dia da tua defesa de doutoramento. E, não te preocupes, se chumbares, dividimos a conta.

    PS A Betty faz alguns comentários interessantes, outros provocatórios e outros demasiado provocatórios. Vocês deviam puxar pelos comentários das duas primeiras categorias, em vez de puxarem pelos da última categoria.

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    1. Mas eu achei que os meus posts sobre "fools" e "fooling" eram giros e muito apropos. É lógico que todos temos aquela costela portuguesa que nos dá um sarcasmo do caraças...

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  3. Luís, jantaradas fazem-se seja lá por que razão for. Mas não sei se me apetece celebrar uma coisa que o Gago me obrigou a fazer. É um bocado como uma cirurgia. É capaz de ser melhor para o resto da vida, mas se tivesse outra alternativa não sei se a teria feito.

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  4. Na minha qualidade de leitora, apoio incondicionalmente a primeira frase. Este era um blogue que eu lia regularmente e estou em vias de deixar de o fazer. Acho (coisa provavelmente assaz irrelevante) que a Rita devia ter um blogue próprio.

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    1. Obrigada pelo elogio, Isabel. É bom saber que acha que eu tenho qualidade suficiente para ter o meu próprio blogue. Eu nunca me levei assim tão a sério. Os blogues que eu comecei eram apenas sobre os meus cães terem epilepsia.

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    2. Acho que tem mais que qualidade, quantidade e diversidade para ter um blogue próprio. E se calhar até se divertia à brava ainda por cima!

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    3. Só me falta uma coisa: vontade de estar sozinha num blogue.

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