A PT foi privatizada em bolsa há 20 anos. Durante muito tempo, foi apresentada como a jóia da coroa, um exemplo de boa gestão e de
inovação. No último ano, descobrimos
que, afinal, havia outra, uma PT má, com negócios obscuros no Brasil e
operações financeiras inacreditáveis, e que, invertendo os papéis, financiava o
banco do regime, um monstro chamado BES. A Altice tomou finalmente conta da PT
e os antigos administradores saíram indemnizados – eu bem digo que o mundo é
cruel e injusto. Imagino que os 12 mil funcionários que lá continuam devem transpirar medo. Ninguém sabe qual é estratégia da Altice, mas é
fácil de adivinhar uma onda de despedimentos e de cortes a torto e a direito.
Armando Pereira, o “herói de Vieira do Minho”, como lhe chamou Pires de Lima, é
especialista nestas operações de recauchutagem empresarial.
O mais provável é a jóia da coroa acabar desmembrada e
vendida aos bocados no mercado. É assim, pelo menos, que costumam acabar as
jóias da coroa de países pequenos que sofrem de megalomania.
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