De acordo com o Sindicato dos Pilotos, a última greve da TAP provocou prejuízos na ordem dos 30 milhões de euros. Quer isto dizer que, no
mínimo, se essa greve não tivesse existido o encaixe com a venda da TAP seria
de 40 milhões de euros e não 10 milhões.
Mas, com toda a certeza, este poder de força demonstrado
pelo sindicato, quer nesta quer em outras greves anteriores, custou bem mais do
que isso. Afinal de contas, quem é que quer uma empresa com um sindicato gerido
por uns malucos capazes de, a qualquer momento, causar prejuízos de dezenas de
milhões de euros?
A esta capacidade que o sindicato tem de provocar dezenas de
milhões de euros de prejuízo, há que adicionar os 500 milhões de euros de capitais próprios negativos da TAP.
Confesso que não consigo perceber como é que alguém está
disposto a entregar 10 milhões de euros ao Estado para pegar naquilo. Se, de
facto, isto for verdade e não houver entrelinhas não anunciadas então foi um
excelente negócio.
Tal como disse na entrada anterior, parece demasiado bom para
ser verdade. Quer isso dizer que nos próximos dias ou nas próximas semanas
deveremos começar a saber de detalhes que ajudem a explicar este negócio. Para
já, como é descrito, é demasiado bom para ser verdade. Se as minhas suspeitas não estiverem correctas, então parabéns.
Em 2013, os activos da empresa eram de €1.695,2 milhões; se a dívida acumulada é de €500 milhões, parece-me que o Consórcio fez um óptimo negócio. Espero que os contribuintes tenham a protecção de cláusulas de escape que limitem as suas perdas em caso de bronca.
ResponderEliminarEm 2014, os activos eram de €1.560,4 milhões, página 26: http://new.flytap.com/prjdir/flytap/mediaRep/editors/Contentimages/PDFs/Institucional/Relatorios/2014/2014/Relatorio_e_contas_Consolidado_2014.pdf.
EliminarOs 500 milhões de euros não são de dívidas, são de capitais próprios negativos.
ResponderEliminarObrigada pela correcção. Compreendi mal.
EliminarHoje, ouvi num telejornal que a dívida da TAP é de cerca de 2000 milhões de euros
EliminarConstou-se que o total do passivo seria de cerca de 1500 ME e, mais recentemente, em mais cerca de 1000 ME, debaixo do tapete. Será?
ResponderEliminarUm negócio feito à pressa é sempre uma mau negócio.
ResponderEliminarA TAP está para ser privatizada há mais de 10 anos. Alguma vez tinha que ser à pressa.
EliminarAlguém sabe se o Estado avalizava ou dava garantias sobre parte das dívidas da TAP? É que se não o fazia, o valor da venda são de facto 10 M€ (o passivo é um problema da TAP, não do accionista). Se o fazia, é um negócio da China MAS era preciso saber se essas garantias e avais estão devidamente acautelados no contrato de venda ou não vá o Estado agora avalizar privados (onde é que eu já vi isto...).
ResponderEliminarNuma nota distinta, que tal tornar estes contratos públicos após assinatura? Os contratos (TODOS) do Estado, salvo matérias de segurança nacional, deviam ser públicos por motivos óbvios.
http://economico.sapo.pt/noticias/estado-pode-desfazer-negocio-da-tap-se-tiver-de-pagar-divida-bancaria_220874.html
ResponderEliminarBem me parecia que era demasiada "fruta". Apesar do Governo ter defendido (bem) os interesses, é de facto uma venda por 10 M€, sendo que o passivo "logo se vê". Se der para o torto, o Estado fica (outra vez) com o menino nas mães e o comprador perde uns trocos mais o que lá enfiar.