terça-feira, 28 de julho de 2015

Loucura megalómana e revolucionária

Aqui está a transcrição de grandes partes da conversa de Varoufakis a explicar como planeava, com mais quatro pessoas, criar um sistema bancário paralelo na Grécia depois de piratear os dados dos números de contribuinte. O tipo nem sequer parece ter noção da enorme operação de logística informática que o seu plano envolveria.

Para quem ainda não acredita nas notícias, pode ouvir o homem de viva voz aqui.

Podemos, todos, finalmente, concordar que o tipo é louco, megalómano, radical e revolucionário?

12 comentários:

  1. http://www.the-berlin-wall.com/videos/walter-ulbricht-building-a-wall-530/
    https://www.youtube.com/watch?v=nwxxgyr4XyI

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    1. Concordo em parte com a análise. O ponto fraco é que penso que justamente esse "greuro" só iria ser usado para pagar impostos, e as necessidades da Grécia poderiam levar a que fossem emitidos mais "greuros" do que a colecta (por uma razão aritmética simples, pois os gastos da Grécia com salários e pensões não devem ser muito inferiores ao valor da colecta total) e por outro lado uma vez que o estado receberia este em "greuros" não poderia usar estes valores em quaisquer outras transações. Ou seja, daria um boost, mas seria apenas na altura da introdução da moeda.

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    2. Pois - dá-me a ideia que um sistema destes daria para alguns meses, e ao fim de alguns meses, ou o governo grego equilibrava o orçamento, ou sairia formalmente do euro.

      Mas também suspeito que a dinâmica de uma Grécia fora do euro não seria muito diferente - o dracma seria usado para o governo pagar pensões e salários e para os gregos pagarem impostos, e para o resto seria usado o euro (já agora, eu não levo a lei de Gresham muito a sério)

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  3. "Supremo Tribunal pergunta ao Parlamento se levanta a imunidade parlamentar para que possam ser investigadas as revelações de que o ex-ministro teve um amigo a fazer 'hacking' do fisco." -- http://observador.pt/2015/07/28/varoufakis-na-mira-das-autoridades-gregas/

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  4. O tipo parece ser demasiado vaidoso, e não compreendo para que anda a contar isto. No entanto, louco seria se não preparasse o chamado plano B, e não é verdade que ele pretendia fazer isto com quatro compinchas. Ele diz claramente que precisava de uma autorização, que nunca recebeu, para pôr o plano em acção. E nessa transição passariam dos cinco teóricos à volta da mesa para um "exército" de mil pessoas.

    Loucos, loucos, e revolucionários claramente anti-democráticos são os tipos que mandam na UE.

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  5. Varoufakis tinha desenhado um Plano B. Louco, megalómano, radical e revolucionário, como aqui se sugere, talvez.
    Por outro lado, sabe-se que as instituições europeias têm preparado um plano que suporte uma eventual saída Grécia da zona euro. Se um escandaliza e o outro não, é porque, provavelmente, não sabemos que plano é este outro.
    O erro de Varoufakis foi ter mostrado o jogo depois de o ter perdido. Para um especialista da Teoria de Jogos é imperdoável que desconheça o que nenhum jogador principiante de pocker ignora.

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    1. Penso que o problema não é ter o plano b, mas os seus moldes.

      Acho que todos percebem que errado seria não haver planos alternativos. Mas agora percebe-se que a saída de Varoufakis não tem a haver com o eurogrupo, mas com o próprio governo. Estavam nos antípodas no que fazer em último caso.

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  6. "just copy the codes of the tax systems’ website onto a large computer in his office, so he can work out how to design and implement this parallel payment system"

    isto é copiar o código fonte so site, não os dados dos contribuintes.
    há outra altura em que ele refira copiar dados dos contribuintes?

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    1. Estive a dar uma olhada na transcrição completa [pdf], e não me parece (mas confesso que não li com grande atenção).

      Mas parece-me que o plano implicava alterar os registos dos contribuintes no sentido de criar um campo adicional estilo "saldo" (onde seria creditado o valor que o Estado devesse a esses contribuintes); se essa alteração fosse feita clandestinamente ultrapassando os canais formais da autoridade tributária, pode efetivamente ser considerado como "piratear os dados dos números de contribuinte"

      [Se quiséssemos ser picuinhas, mesmo uma alteração perfeitamente regular dos registos e do código-fonte do sistema seria "hacking" - expressão frequentemente traduzida para "pirataria" - , mas penso que não vale a pena entrarmos por uma definição de "hacking" que até pode ser teoricamente correta mas ninguém utiliza]

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  7. A respeito da complexidade técnica do plano, levantei a questão num forum em que grande parte dos membros são informáticos (o tom geral do forum é bastante para a direita, quase Dark Enlightenment, sem grande simpatia pelo governo grego e ainda menos pelo Varoufakis, e com posts frequentes a dizer que o Passos Coelho é o segundo melhor chefe de governo da história da república).

    A opinão dos que se pronunciaram era de que era possível e simples, que era basicamente um sistema de e-banking simplificado, e que em termos de segurança todos os sistemas podiam ser atacados por hackers, feitos ou não em cima do joelho.

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    1. Segundo!? Quem foi o primeiro!? O melhor!?

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