quinta-feira, 2 de julho de 2015

O depravado sexual...

Em 2011, Dominique Strauss-Khan, à frente do FMI, disse que a Grécia estava "in deep shit". Ele viu que demasiada austeridade conduziria o país ao colapso económico e discordava fundamentalmente da receita do BCE de Trichet e da Alemanha de Merkel. Quando Strauss-Khan foi apreendido em Nova Iorque, acusado de atacar sexualmente uma empregada de um hotel, a única pessoa que via o poço de merda funda onde a UE estava prestes a enfiar-se saiu de jogo.

Entre os moralistas virtuosos europeus e o depravado sexual francês, eu escolho sempre o depravado sexual. Ele não só não teve vergonha de admitir que gosta de sexo, como é capaz de identificar merda quando a vê. Poucos políticos têm estas qualificações.

Adenda: O NAJ zangou-se comigo porque parece que eu gosto de um homem que bate em mulheres. Deixem-me clarificar o que eu queria dizer: eu acho uma perversão esta coisa do sado-masoquismo, mas acho intrigante que o fulano que se excita ao bater em mulheres tenha sido o que demonstrou mais preocupação em encontrar uma solução que fosse menos punitiva e mais pró-crescimento.

5 comentários:

  1. Eu também prefiro depravados sexuais a moralistas bardamerdosos (até porque ando há muito tempo a tentar ser reconhecido como um depravado sexual, e o máximo que consigo são pequenas recriminações, tipo "és um doido, deixa-te dessas coisas" - como em tudo na vida, até na taradice sou um underachiever).
    Mas no caso de DSK há uma linha muito ténue (se existe) a separar a depravação da violência, a sexualidade crua da brutalidade física. (http://www.theguardian.com/commentisfree/2015/jun/12/public-opinion-dominique-strauss-kahn-acquittal) E isso já não merece a minha admiração.

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    1. Mas eu não acho que o "sexo" preferido do DSK seja normal; é por isso que eu chamo ao homem depravado.

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  2. Mas, cara Rita, está então a dizer que DSK tinha um plano que dispensava a tal da austeridade!?! Onde!? Quero ler, por favor!!

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    1. O rácio Dívida Pública/PIB tem duas componentes; para diminuí-lo é indiferente diminuir a despesa pública ou aumentar o PIB. Eu acho que o DSK teria considerado medidas que aumentariam o PIB. As actuais políticas seguidas reduzem o PIB, o que anula parte da diminuição da despesa pública.

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    2. Sim, cara Rita, até aí chego eu com um olho meio vesgo e três litros de tinto de estremoz no papo!! Mas, dizia, do mesmo modo, quais, então, as políticas preconizadas por DSK que fariam aumentar o PIB, assim à laia de crescimento sem inchaço!!

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