Durante a minha estadia em Portugal, lembrei-me várias vezes, mas não encontrei nada do qual eu gostasse. Por exemplo, havia umas baratinhas em Conímbriga, mas eu não gostei do desenho. Eu queria, em letras grandes, que a t-shirt informasse que vinha de Portugal e que fosse de bom gosto; as de Conímbriga tinham apenas um boneco um bocado infantil. Achei que aquilo não era bem a imagem de Portugal que eu queria dar, mesmo sendo para a cama e barata. Também não vi nenhuma no Berardo nem na Gulbenkian. Podia ter explorado as feiras ao pé das praias que visitei, mas achei que não estava assim tão desesperada--havia sempre o aeroporto, pensava eu.
Hoje houve o aeroporto de Lisboa, que está a ser transformado numa magnífica ode ao capitalismo. Fiquei tão orgulhosa! Antes de se fazer o controle de passaporte, e depois de se fazer o check-in da mala e de se passar pela segurança, entra-se imediatamente na área de Duty-Free. Não costumava ser assim. Antes, o Dutry-free era uma lojinha separada do corredor por onde circulávamos; agora o corredor de circulação passa pelo meio do Duty-Free. Admirei o engenho capitalista da coisa--a sério que sim!--, mas não vi nenhuma t-shirt. Também não as esperava ver no Duty-Free.
Infelizmente, esqueci-me de tirar uma foto, acho que estava um bocado abananada. OK, eu também já estava muito emotiva por causa de estar a deixar Portugal--não eram as hormonas, como agora está na moda dizer, era mesmo deixar Portugal, logo já não estava a pensar muito bem. [Não é que eu alguma vez pense, não nos iludamos...]
Passei para a secção seguinte. Havia muitas zonas cobertas porque estavam em obras. O "food-court" estava rodeado por lojas, como se estivéssemos num centro comercial. O espaço está muito giro, mas fiquei com a ligeira sensação que aquilo não é para o português normal, é mais para pessoal de classe média e/ou alta. Acho estranho porque cada vez mais há viagens baratinhas para dar um pulinho a algum lado, logo os menos afluentes já podem viajar. Havia Desigual, Lacoste, Women's Secret, etc. Depois havia umas lojas que vendiam coisas portuguesas, uma de artesanato, outra de comida tradicional portuguesa (enchidos, enlatados, etc.), outra de lembranças, etc.
Fui à de lembranças. Encontrei as t-shirts e caiu-me o queixo. Eram muito giras, sem dúvida, mas custavam €30! Achei um bocado excessivo para o que eu queria. Pensei outra vez nesta história de eu ser uma grande procrastinadora e precisar de me emendar--tenho de trabalhar seriamente nisso. Felizmente, quem me pediu a t-shirt foi a assistente magrinha e eu acabei por comprar uma t-shirt de criança, tamanho 12, que custou €20. Juro-vos que lhe vai servir e dá uma imagem muito boa de Portugal, ao mesmo tempo que me poupa 10 aéreos...
Há menos de duas horas aterrei em Newark. A primeira loja que vi tinha t-shirts de Nova Iorque. Custavam apenas $12.99 + imposto de venda. É muito barato gostar de Nova Iorque e da América, em geral. Recomenda-se vivamente dormir com elas...
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