segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Há fobias e fobias

Vejo muita malta, invariavelmente de direita, a gozar com a candidata transexual, Júlia Pereira, ao parlamento. Por exemplo, Alberto Gonçalves queixa-se de que "enquanto isso, o Parlamento continua sem deputados anões, esquimós, siameses, aborígenes, pernetas e mórmones."

Alberto Gonçalves não pôde acrescentar cegueta ao seu rol de excentricidades ausentes, dado que o PS também tem uma candidata cega, Ana Sofia Antunes. Pelos vistos, será a primeira cegueta no parlamento. Mas com esta escolha ninguém goza. Porque será? Arrisco uma resposta: em relação à cegueira os preconceitos não são tão fortes.

6 comentários:

  1. Caro Luís, o comentário do Alberto Gonçalves (cujos textos normalmente gosto muito) é tonto e preconceituoso e com toda a probabilidade existe, de facto, um preconceito bastante generalizado na direita. Mas penso que neste caso a razão não será essa: arriscava antes a de que a Ana Sofia Antunes tem um passado político e ideias para o respetivo mandato (aliás expressas no texto que que linca), contrariamente à Júlia Pereira, que, do que pude ler, só tem a sua identidade (e umas declarações ultra vagas) como projeto político. Abraços

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    1. Portanto, acha que todos os candidatos a deputados, ou pelo menos os elegíveis, têm um projecto político e ideias para o seus mandatos? Ou essa exigência apenas se aplica a cegos, transexuais e anões?

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  2. Não, Luís, não acho. E se não tresler o que eu disse verifica que comecei por concordar que existe um preconceito generalizado na direita. E posso acrescentar que o repudio em absoluto. Mas convém que, se não todos os candidatos a deputados, pelo menos os que recebem atenção mediática (seja por que razão for) apresentem ideias para lá da sua identidade. Abraço

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  3. E, pelas ideias que tenho visto suas aqui no blog, votaria em si para deputado!

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    1. De nós, o único candidato é o Manuel Caldeira Cabral. Infelizmente, ele sozinho esgotou a quota que este blogue tinha reservada no parlamento.

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