sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A importância dos líderes políticos

Ao contrário do que aconteceu na Grécia e pode acontecer em Espanha, as eleições não ditaram o fim do sistema político português como o conhecemos. Esse risco existia e existe - a ausência de crescimento económico e medidas de austeridade são a maior ameaça para qualquer democracia. Os partidos radicais têm vindo a ganhar importância em muitos países europeus.

No entanto, o que o povo português não escolheu quer António Costa escolher por nós, unindo os derrotados das eleições de 4 de outubro. De facto, o risco que a estagnação económica e a austeridade representam para o sistema democrático é tanto maior quanto mais fracos forem os líderes políticos.  

3 comentários:

  1. Sinceramente penso exatamente o contrário. Tornar os partidos "radicais" parte da solução quase de certeza diminuirá o seu apelo como voto de protesto em relação às politicas seguidas. Não é fácil convencer as pessoas a votar num partido para protestar politicas que o próprio partido implementou (ou a que pelo menos anuiu).

    A existência de um acordo que os inclua pode perturbar os equilibrios existentes (nomeadamente em termos de cargos de confiança politica ou em termos de visibilidade mediática) mas não tem como efeito aumentar o apelo "contra poder" dos partidos radicais (tem sido essa a experiência em toda a Europa -> a chegada ao poder de partidos "radicais" como parceiros menores tem levado sempre à absorção destes pelo "sistema"). A menos é claro que se queira chamar "o sistema politico português como o conhecemos" à partilha pelo PS e PSD (e parcialmente PP) de toda a representação politica a nível central.

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  2. (repito o comentário por não ter a certeza de o ter enviado).

    Sinceramente, penso exatamente o contrário. A entrada de partidos “radicais” no governo diminui a sua potência como elemento “anti-sistema”. É dificil convencer alguém a votar num partido para combater as politicas que esse partido implementou (ou a que pelo menos anuiu). E a experiência europeia é que quando partidos radicais apoiam governos numa posição minoritária nunca aumentam o seu apelo “anti sistémico”.

    O principal efeito disruptivo que a entrada desses partidos teria (pois não acredito que vá acontecer) seria diminuir (se bem que apenas ligeiramente) a partilha dos “despojos do poder”, em termos de cargos politicos e visibilidade mediática, que actualmente está quase exclusivamente limitada ao “arco da governação”. Claro que para os aparelhos dos partidos isso pode ser considerado “o fim do sistema politico português como o conhecemos”.

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  3. 4 anos a minimizar o risco, a lutar pela democracia, a enriquecer Portugal, a conseguir reduzir a dívida externa,... e agora que tudo estava melhor e resolvido e tal, estamos na eminência de entregar isto à 'extrema-esquerda'... e portanto não democrática. É uma peninha...

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