A direita passa a vida a queixar-se de que a esquerda fala como se tivesse o monopólio do coração e da empatia. Que argumenta como se a direita quisesse o mal pelo mal. Considero esta queixa parcialmente legítima.
No entanto, há um reverso desta medalha. E o reverso é a forma com a direita se acha no monopólio da razão. Falam das esquerdas como se fossem uma cambada de tontinhos que não percebem que todas as suas políticas estão erradas e têm efeitos contraproducentes.
É como se a esquerda acusasse a direita de não olhar a meios para atingir os fins enquanto a direita acusa a esquerda de apenas olhar para os fins sem cuidar dos meios para os atingir. Uma citação, erradamente atribuída a Churchill, resume isto muito bem:
Um jovem que não é de esquerda não tem coração. Um homem feito que não é de direita não tem cérebro.
Sejamos realistas, exijamos o impossível é um slogan juvenil. Mudar o Mundo é uma ideia juvenil. O problema (ou não, depende da perspectiva) é que o Mundo muda as pessoas antes de as pessoas mudarem o Mundo. A Mafaldinha ilustra isso muito bem.
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