Uma das razões pelas quais os empréstimos subprime foram realizados é que toda a gente em todo o mundo queria investir neles: fundos de pensões de reforma, bancos (lembram-se das contas Icesave?), fundos soberanos, etc. Havia mais procura do que oferta de produtos financeiros e, como tal, começaram a criar-se produtos financeiros exóticos, cujo risco era difícil de determinar e fácil de obscurecer.
O ponto crucial é mesmo que há muitas poupanças, mas não há assim tantos sítios a nível mundial, que ofereçam bom controle de risco e onde investi-las. E note-se que, mesmo nos EUA, o controle de risco também foi porta-fora a certa altura.
Neste momento, estamos com o mesmo problema: os EUA oferecem as melhores oportunidades de investimento. Podem dizer que os EUA não são tão bons como parecem, mas essa crítica comete a mesma falha de análise de Adam Smith. Para efeitos de investimento, o que interessa não é a vantagem absoluta defendida por Adam Smith, mas sim a vantagem relativa de David Ricardo. Ou, como dizia um antigo colega meu: "The US is the best looking horse in the glue factory."
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