- A notícia de abertura do telejornal era, às vezes, "O governo caiu hoje na Assembleia da República". [Realmente, nesta parte, já estamos a reviver o passado...]
- No telejornal também havia umas notícias que diziam "Portugal está à beira da bancarrota." [Tivemos isto outra vez em 2010-2011, cortesia do PS, o partido que a Catarina quer que volte a governar.]
- Manifestações do PCP e greves. [Ainda temos coisas destas.]
- Ameaça de bomba na procissão da Rainha Santa, em Coimbra.
- O Primeiro-Ministro Mário Soares era esbofeteado em Coimbra.
- As mulheres reformadas trabalhavam a dias.
- Os pais tiravam as crianças que chumbavam na escola e punham-nas a trabalhar nas obras, nos supermercados, cafés, a aprender a ser cabeleireiras (popular para as raparigas), etc. Uma vizinha minha saiu aos 13 anos.
- Muitas crianças eram sexualmente abusadas pelos vizinhos. Só na minha vizinhança, houve vários casos.
- As pessoas de idade não tinham dinheiro para viver sozinhas e viviam com os filhos.
- A maior parte das crianças não ia ao jardim escola -- eu não fui.
- Íamos para a escola a pé.
- Pouca gente tinha telefone, usava-se o da mercearia e o merceeiro mandava recado.
- O leite do dia, em alguns sítios vinha em sacos de plástico, e tinha de ser usado de um dia para o outro.
- Na escola primária, às vezes ficávamos sem leite porque um dos sacos tinha leite azedo azedo e estragava a panela inteira.
- Em 1985, a inflação era 19,5%.
- Muitas pessoas não conseguiam comprar casa porque não tinham condições para pedir empréstimos ao banco.
- Muitas famílias só sobreviviam porque os emigrantes lhes enviavam dinheiro.
- As estradas eram más; ir de Coimbra a Lisboa era uma coisa que se fazia uma ou duas vezes por ano.
- Para ir de férias, as pessoas iam em excursões porque não tinham carro próprio.
Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Demagogia barata
A Catarina Martins diz que é da geração que vai derrotar Cavaco Silva. OK, ignoremos o facto de Cavaco Silva não ir mais a eleições, logo o que ela disse é absolutamente ridículo, será que ela quer dizer que vamos ter uma vida tipo a que tínhamos antes de Cavaco Silva? Antes de Cavaco Silva era assim, se ela já se esqueceu ou não sabe, eu refresco:
Não vejo uma necessária ligação lógica entre"querer derrotar X" e "querer que o país volta a ser como antes de X"; uma analogia - os republicanos de 1910; querer derrubar a monarquia significa "querer que o país volta ser com era antes da monarquia" (o que imagino implicasse recuar ao tempos dos romanos)?
ResponderEliminarEu, sinceramente, não percebo o porquê de ela dizer o que disse. Cavaco Silva já não é PM há 20 anos; como Presidente da República tem mais anos a governar com um governo socialista do que com um governo de direita. Ainda por cima, o governo de direita governou sob um programa de apoio da Troika, que foi negociado pelo Partido Socialista. A lógica do que ela disse é absolutamente nula.
EliminarBem, eu já estou agora a especular, mas provavelmente foi o único primeiro-ministro que ela conheceu nos seus anos formativos, logo ela cresceu pensando "quando é que corremos com ele?", e provavelmente manifestando-se contra PGA's, propinas e afins; talvez para ela o Cavaco Silva surja como o adversário principal das últimas décadas e o Passos Coelho pareça apenas um "menino" aguentado pelo presidente (como eu sou ligeiramente mais velho que a Catarina, basicamente o que estou a fazer é uma combinação de introspeção e extrapolação).
EliminarMiguel Madeira, a Catarina não sabe o que diz. Não é só por ser muito nova, é porque se meteu num grupo que não olha a meios para alcançar o poder e ela, sem saber como, já está a cheirar o poder. O período, depois do 25A em que Portugal verdadeiramente cresceu, foi quando o Cavaco foi Primeiro-ministro. E não foi unicamente porque Portugal começou a receber dinheiros de Bruxelas, como agora se diz - depois dele veio muito mais dinheiro -,foi porque o seu governo foi um bom governo, muito melhor do que os governos do PS, desde o Guterres que fugiu até ao Sócrates que se governou.
EliminarE a Catarina tinha obrigação de saber isto. Mas não sabe, nem quer saber. Com esta gente não vamos longe, acredite.
Miguel Madeira, a Catarina não sabe o que diz. Não é só por ser muito nova, é porque se meteu num grupo que não olha a meios para alcançar o poder e ela, sem saber como, já está a cheirar o poder. O período, depois do 25A em que Portugal verdadeiramente cresceu, foi quando o Cavaco foi Primeiro-ministro. E não foi unicamente porque Portugal começou a receber dinheiros de Bruxelas, como agora se diz - depois dele veio muito mais dinheiro -,foi porque o seu governo foi um bom governo, muito melhor do que os governos do PS, desde o Guterres que fugiu até ao Sócrates que se governou.
EliminarE a Catarina tinha obrigação de saber isto. Mas não sabe, nem quer saber. Com esta gente não vamos longe, acredite.
Já agora, recordo que uma das bancarrotas foi pouco depois de Cavaco Silva ter sido ministro das finanças (a outra foi depois do Medina Carreira ter sido ministro das finanças), embora admito que a sua responsabilidade seja discutivel (mas o que sempre ouvi dizer foi que o aumento da despesa que veio a levar à bancarrota de 1983 foi quando ele foi ministro - talvez alguém tenha à mão umas estatísticas que permitam confirmar ou desconfirmar isso?)
ResponderEliminarMiguel Madeira, na Pordata você encontra resposta para as suas dúvidas.
EliminarBem, estive a ver os dados da receita/despesa em % do PIB, de 78 a 83 (o período que antecedeu a 2ª intervenção do FMI) e realmente não encontro nenhum padrão que pudesse responsabilizar algum ministro em particular (o que aumentou mais a despesa foi o Morais Leitão em 1981, mas foi também o que aumentou mais a receita, pelo que em termos de deficit e dívida não muda nada)
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