Tenho andado a ouvir a versão audio do livro "The Fabric of the Cosmos: Space, Time, and the Texture of Reality" do Brian Greene. Ainda estou no capítulo dois, onde se discute as teorias da relatividade de Einstein (há a especial e a geral). Segundo Einstein, o tempo e o espaço são relativos, mas a combinação de ambos, o espaço-tempo, é absoluto. Quando se viaja no espaço à velocidade da luz, não se gasta tempo nenhum; já quando viajamos a velocidades inferiores à velocidade da luz no espaço, também viajamos no tempo. Intuitivamente, podemos pensar nisto assim: a soma da velocidade da viagem no espaço e da velocidade da viagem no tempo tem de ser sempre igual à velocidade da luz porque a velocidade da luz é constante; é por isso que espaço-tempo é absoluto. Se viajamos no espaço à velocidade da luz, a velocidade no tempo tem de ser zero. Esta é a teoria especial da relatividade de Einstein.
Sempre que António Costa abre a boca, oferece-nos uma versão diferente dos factos. Esta semana, depois de regressar de férias, disse que nunca se comportaria como Francisco Assis, que criticou o acordo que o PS "tem" com o PCP e o Bloco de Esquerda, sem nunca o ter visto. Este é o mesmo António Costa que disse que chumbava o governo PàF antes de saber quem o formaria, mas que depois de o saber insinuou que era um governo tão fraco que seria por isso que ia ser chumbado.
O PS aprovou hoje um plano de medidas de governação, mas ainda não há acordo político com os outros partidos. O programa de medidas também não foi aprovado pelo Bloco de Esquerda, nem pelos Verdes, nem pelo PCP. Recapitulando, não há nada assinado entre os partidos, apesar de Costa ter criticado o Presidente da República por ter repudiado um acordo de uma coligação que existia, mas que não existe ainda. Estão confusos? É porque vivem no sítio errado...
O que são factos? Para António Costa são coisas maleáveis, que podem ser deturpadas conforme as circunstâncias. Não há uma verdade, o que há são múltiplas versões dos factos que, conjuntamente, mesmo contradizendo-se, formam o espaço de verdades de António Costa. E num universo onde tudo pode ser verdade simultaneamente porque a verdade parece que viaja à velocidade da luz, pensar na versão dos factos que requer que estes sejam imóveis, para que obedeçam à sequência lógica em que aconteceram, implica que essa versão seja sempre mentira. É como se António Costa seguisse os princípios de lógica que se observam algures no Triângulo das Bermudas.
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