domingo, 17 de abril de 2016

Clueless

Quando olho para a foto do nosso ilustre PM a bordo de um Falcon, há várias coisas que me vêm à cabeça:
  • António Costa é completamente "clueless"! Não tem noção da dimensão dos problemas do país.
  • É irresponsável, só assim se justifica gastar dinheiro mal gasto, que o país não tem.
  • A minha impressão inicial confirma-se: quis ser PM porque queria o poder e o "prestígio" do cargo no seu CV. Ele não quer saber de Portugal, quer saber dos privilégios que pode obter enquanto Primeiro Ministro.

Não sei bem o que pensar. Como é que depois de quase chegarmos à bancarrota e de termos posto tanto esforço e sacrifício para sair daquela situação, nos encontramos outra vez no mesmo percurso e as pessoas não saem à rua a manifestar o seu desagrado. Não consigo perceber; se calhar, também sou "clueless"...

Os islandeses forçaram um Primeiro-Ministro a demitir-se só porque tinha contas off-shore, isto depois de terem julgado o PM que estava no poder quando chegaram à bancarrota. Em Portugal, ainda estamos à espera de José Sócrates ser julgado, mas não será julgado por ter arruinado o país. E agora assistimos passivamente a António Costa conduzir o país à ruína outra vez. Será que fizemos algum voto de estupidez?

6 comentários:

  1. Rita, vai perdoar-me mas penso que não consegue perceber uma serie de coisas porque aborda o problema pela perspectiva errada. Nomeadamente refiro-me a não entender porque é que as pessoas não saem à rua a manifestar o seu desagrado pelo que esta a passar-se em Portugal, pela fotografia no Falcon e ao voto de estupidez.

    Se olhar à ancestralidade do povo Português, o que o povo Português realmente é e sempre foi, o que sempre aplaudiu e o que sempre apupou, o que sempre quis, as coisas pelas quais sempre se manifestou e quais as que sempre recusou nada disso lhe fará qualquer confusão. Isto é o povo Português, isto é a sociedade Portuguesa, Rita. Há povos que estão destinados, pelas suas características, à grandeza e outros que não têm o que é preciso para lá chegar.

    António Costa não veio de Marte. Ele saiu do seio da sociedade Portuguesa. Nomeadamente, é fruto da classe média Portuguesa. Portanto é natural que faça estas coisas.

    Há dias referi um livro que hoje lhe deixo como sugestão. Eça de Queiroz caracterizou muito bem a sociedade Portuguesa, principalmente a classe política Portuguesa mas de forma romanceada. O livro "A Arte de Ser Português", de Teixeira de Pascoaes, vai mais além. Mostra de forma clara e nua o povo Português e o livro está escrito numa linguagem clara e directa. Um dos aspectos que Teixeira de Pascoaes refere como característica dos Portugueses é a vaidade. Desenrola depois os efeitos dessa vaidade. António Costa usar os Falcon para deslocar-se e fazer-se fotografar a bordo não é mais do que exercer essa vaidade.

    Não é surpreendente, de todo. Nem a fotografia, nem o apoio popular traduzido no crescimento da intenção de voto nas sondagens nem nada dessas coisas.

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  2. Concordo. E veja-se como o Sócrates também foi um político muito popular, mesmo quando já eram evidentes as suas falhas de carácter. Sócrates é outro que veio da classe média, no caso da província.

    Rita, o que aconteceria a um político norte-americano que fosse descoberto que tinha várias falsidades no seu currículo, e ainda que tinha comprado uma "licenciatura" numa "universidade" privada de quinta categoria, ou seja, tendo mentido ao povo sobre as suas qualificações?

    Em Portugal não aconteceu nada. E há até mais casos semelhantes, como o do Relvas, embora esse não envolva certificados falsos emitidos a um Domingo, nem o dito cujo tenha chegado à chefia do governo. Infelizmente, muitos portugueses fariam o mesmo, se pudessem, e esta falha de carácter e de valores é a raiz do nosso atraso cultural, e por arrasto económico.

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  3. Tresanda fascismo por todos os poros este discurso. Fica aí nos States e vota no Trump. Nos States o Presidente anda a viajar em companhias de aviação civil até parece.

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    1. Caro Paulo Sá, o seu argumento teria sido muito mais convincente se tivesse usado George W. Bush em vez de Trump--Trumo ainda não foi eleito Presidente, logo não é comparável a António Costa. Quanto à natureza do meu discurso, estar estupefacta não é sinal de ser fascista; já mandar-me ficar nos States porque não gosta do meu discurso é sinal disso. A lógica, meu caro, é tudo!

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  4. Sobre o conteúdo do post da Rita, nem me pronuncio.
    Não vale a pena.
    Digo apenas o seguinte, quem quiser perceber que perceba: Se pegarmos em 2 indivíduos muito semelhantes, a um podarmos os defeitos (que todos os indivíduos têm com algum grau de probabilidade), criamos um Deus.
    Ao outro podamos as virtudes (que igualmente todos os indivíduos têm com algum grau de probabilidade), geramos um Diabo.
    Mas, no fundo, eles são semelhantes à partida.
    Acho que o raciocínio da Rita neste post se enquadra nesta lógica.
    Quanto ao senhor Zuricher, o caso fia mais fino.
    Este senhor, um conhecido militante do PSD, com toda a isenção que o cartão laranja lhe confere (como confere todos os cartões partidários, que, como se sabe, são alfobres de isenção), botou o seguinte dictat pretensamente sociológico:
    «Se olhar à ancestralidade do povo Português, o que o povo Português realmente é e sempre foi, o que sempre aplaudiu e o que sempre apupou, o que sempre quis, as coisas pelas quais sempre se manifestou e quais as que sempre recusou nada disso lhe fará qualquer confusão. Isto é o povo Português, isto é a sociedade Portuguesa, Rita. Há povos que estão destinados, pelas suas características, à grandeza e outros que não têm o que é preciso para lá chegar.»
    Será que se considera fazendo parte do tal povo português desgraçado?
    Ou paira acima dele, qual filho de algum Deus (dos tais podados pela Rita)?
    Um pouco mais de humildade e um pouco menos de generalizações abusivas não lhe fariam mal.

    .

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  5. Ao Manuel Silva. Não sou, nunca fui e nem nunca serei militante de partido nenhum, nem em Portugal nem em qualquer outro país. Entre vários outros motivos porque a militância política é algo que nem sequer compreendo, desde logo.

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