Português promete paridade total entre homens e mulheres nos cargos dirigentes das Nações Unidas na audiência dos candidatos ao cargo de próximo secretário-geral das Nações Unidas.
Isto é muito engraçado. Parece que a principal desvantagem de António Guterres é ser homem. Então, para contornar esta desvantagem, Guterres promete paridade total nos cargo dirigentes da ONU. Ou seja, para não ser prejudicado por ser homem, promete prejudicar vários outros homens.
Um alemão disse-me um dia destes que na Alemanha a lei impõe que sempre que num concurso para um cargo haja empate entre um homem e uma mulher, se escolha a mulher. Isto não é feito para prejudicar o homem. É feito para não prejudicar a mulher. Perceber a diferença entre estas duas coisas é importante.
ResponderEliminarNestas coisas, o que acho sempre que os dados são engraçados.
EliminarTodos os anteriores secretários gerais foram homens. Já houve brancos (caucasianos), brancos (hispânicos), asiáticos e negros. Mas quando, à nona vez, acham que está na altura de lá ter uma mulher (e repare-se que não é uma branca e depois uma negra e depois uma asiática, basta ser mulher para preencher todas estas quotas), ao meu Deus, que a competência não é o primeiro critério.
Alexandra Abranches:
EliminarTem razão no seu comentário.
Pois vivemos ainda num mundo em que, sendo, grosso modo, metade da população masculina e outra metade feminina, basta ver quem comanda as mais variadas instituições, sejam do poder político, sejam da economia (empresas).
Como os críticos da política de discriminação positiva das mulheres não ousam afirmar que estas sejam, nem menos inteligentes, nem tenham qualificações académicas e profissionais inferiores, como justificar a sua ainda grande exclusão dos lugares do topo?
Era sobre isso que gostaria que os tais críticos se pronunciassem.
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P. S. Tive a sorte de ter trabalhado a maior parte da vida em ecossistemas de nicho entre nós, em instituições com muito mais mulheres do que homens, tendo sido, por isso, dirigido por elas. E não só nunca tive razões de queixa como me senti muito bem nos diversos locais de trabalho por que passei.
Bom, na medida em que o grupo "mulher" tem sido discriminado de acordo com este critério apenas (ser mulher), é já importante que se corrija a tendência para escolher homens. Na corrida estão mulheres caucasianas. Se estivessem mulheres não caucasianas eu acharia que é na mesma importante o critério "ser uma mulher". Quanto à competência, se os candidatos e candidatas manifestarem competência idêntica, torna-se necessário encontrar outro critério. Num mundo igualitário poderíamos imaginar critérios que não tivessem a ver com género ou raça ou nacionalidade (a minha imaginação não é grande coisa é não sei quais poderiam ser). Mas esse mundo igualitário não existe. Já agora, se entre os candidatos empatados estivesse também uma mulher asiática ou uma mulher paralítica, eu gostaria que fosse esta a escolhida e não a mulher caucasiana.
EliminarParece-me que não discordamos em nada.
EliminarÓptimo!
EliminarNão gosto que tenhas usado a palavra "prejudicar". Dizer que se prejudica os homens ao dar oportunidades às mulheres dá a ideia de que eles tinham direito natural ao posto. Se as mulheres chegam a cargos porque são as pessoas mais competentes, não há ninguém prejudicado, nem beneficiado. Quando as mulheres ficavam em casa e só os homens subiam na carreira, ninguém sugeria que esses homens subiam prejudicando outros homens ou eram beneficiados de alguma forma.
ResponderEliminarEstás a falar para quem?
EliminarEra para ti porque eu comentei o post e não os comentários.
EliminarEntão percebeste mal o post. Eu não acho que o Guterres seja prejudicado por ser homem.
EliminarDe qualquer forma, na frase "Ou seja, para não ser prejudicado por ser homem, promete prejudicar vários outros homens." podes substituir prejudicado e prejudicar por qualquer outro verbo (desde, claro, que o uses duplamente, para manter a ironia). Podes, por exemplo, considerar excluído/excluir.
A competência nunca foi o principal critério para a selecção do Secretário-Geral das Nações Unidas, mas sim a sua origem geográfica. Todos os ocupantes do cargo até agora, ou eram de países europeus neutrais ou do Terceiro Mundo.
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