José Cutileiro escreveu esta semana no
“Expresso” o obituário de Margot Honecker (1927-2016). Bonita e elegante, foi
casada com Erich Honecker, 15 anos mais velho, chefe do partido e presidente da
RDA entre 1976 e 1989. Mas Margot foi também uma controversa ministra da
educação, com ideias muitas claras e fixas sobre como educar os rapazes e
raparigas, ideias que chegaram a indignar os próprios alemães de leste.
O sonho de Margot era doutrinar do
berço à cova uma população inteira. Materialismo dialéctico,
marxismo-leninismo, história dos partidos comunistas faziam parte de todos os
currículos, incluindo os universitários. A bela Margot contribuiu, assim, para
o reforço do sistema de repressão e para transformar um terço dos alemães em
informadores da polícia. Depois da queda do muro de Berlim, muitas das vítimas
queixavam-se de que tinham recebido doses industriais de educação sobre como
passar do capitalismo para o comunismo, mas ninguém lhes tinha explicado nada
sobre o contrário. Margot morreu no Chile, mas o seu sonho ainda alimenta
algumas almas.
Além de incitar os jovens a defenderem o socialismo através de armas (https://www.youtube.com/watch?v=osvBfTCNBfs), fez com que muitas das crianças de dissidentes ou pessoas com ideias ´impróprias´ fossem retiradas das famílias e adoptadas à força. Só mais um pormenor: apesar de ser discútivel (pois os cargos de das cúpulas na RDA eram vários) parece mais correcto dizer-se que Erich Honecker foi chefe de partido e presidente da RDA desde 1971...
ResponderEliminarObrigado pela correcção.
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