João Cortês lembra que Mário Centeno garantiu que não usaria dinheiro público para salvar bancos, mas que agora está a faltar à promessa, dado que vai usar 5.000.000.000€ (cerca de 500€ por cada português, bebés e crianças incluídos) para salvar a Caixa. Como é evidente, e como é comum com os insurgentes, o argumento não faz qualquer sentido.
Uma coisa é uma caixa, outra coisa é um banco. Nem a minha filha de 5 anos confunde os dois conceitos. Enfim…
Luís:
ResponderEliminarNão sei a a prever a actual situação, há já algum tempo, ainda no tempo em que vivíamos no Paraíso criado pelo governo Passos/Portas, passou um um spot publicitário que usava os dois conceitos?
Penso que um dos cromos que dava a cara (gratuitamente, a troco de uns milhares de euros, como é costume) era o sargentão Luís Filipe Scolari.
Rezava assim, e cito de memória: «Qual é o seu banco? A Caixa, concerteza.»
A memória serviu-o mal, Manuel. Era "com certeza", pois "concerteza" não existe.
EliminarMuito bem observado, Rita Carreira. Essa "palavra" já quase entrou na língua, criatura da hodierna ignorância.
EliminarManuel Silva, você é, tipicamente, daqueles que dizem mal dos estragos causados pelos bombeiros mas esquecem, quando não desculpam, o pirómano.
Nada de evitar a criatividade a partir de "concertina" e de "concertar" :-)
EliminarNo Paraíso? Logo após o Sócrates ter chamado a troica e quando estávamos a sair da bancarrota? Purgatório, vá que não vá, Paraíso nunca.
ResponderEliminarE o Limbo? Por que não o Limbo? Espere... O penúltimo Papa extinguiu-o!
EliminarO Limbo? Nem pensar. Para o Limbo, quando existia, iam as almas puras e inocentes que, como sabe, não têm lugar entre os políticos.
EliminarCaro Luís, é engraçado ler o seu post e andar umas décadas para trás. Com efeito, em tempos idos há muito, a Caixa e o Montepio (como as Cajas e Montepios em Espanha) eram diferentes dos bancos. Tinham objectivos diferentes e alguns serviços diferentes. Nesses tempos realmente uma caixa era uma caixa e um banco era um banco. Os anos foram passando, os serviços restritos prestados pelos vetustos caixas e montepios deixaram de ser suficientes para os consumidores, foram perdendo clientes e tiveram que aproximar o seu leque de serviços dos bancos. Chegou-se a um ponto em que caixas, bancos e montepios são tudo o mesmo. Com uma diferença, porém, válida tanto em Portugal como em Espanha: pertencem aos Estados, em Portugal ao Estado Central, em Espanha às autonomias e são pau para toda a obra política. Será por esta característica em comum que têm buracões muito superiores aos bancos? Uma questão para meditar.
ResponderEliminarZuricher, quase concordo com tudo que disse. De facto, tanto a CGD como o Montepio, eram, no passado, entidades diferentes dos Bancos, mas, talvez por isso mesmo, muito conceituadas, sobretudo a CGD que era sinónimo de Segurança. E, como sabe, segurança na Banca vale por confiança, suporte indispensável a um sistema financeiro que se quer a funcionar de forma eficiente.
EliminarÉ certo que, tanto a CGD como o Montepio (e as Caixas Agrícolas), tiveram que se actualizar, tal como a Banca na generalidade - a informatização e o dinheiro "plástico" assim o exigiu -, mas, parece-me a mim, isso não implicava qualquer mudança de imagem perante a sua clientela, ou seja, afasto-me de si, quando o Zuricher diz que "os serviços restritos prestados pelos vetustos caixas e montepios deixaram de ser suficientes para os consumidores", parecendo que essas instituições de crédito, então consideradas como Caixas de Aforro, erraram ao mudar de missão.
Falo assim, porque tenho para mim que, sobretudo a CGD, ao querer competir com os Bancos privados, muitas vezes praticando um marketing agressivo na captação de novos clientes – chegaram a oferecer cartões de crédito a pessoas sem conta de depósito aberta -, tal resultou muito mais da vontade dos seus administradores de se fazerem notados e de procurarem dar umas passeatas pelo mundo fora (e conhecerem o serviço do maior número possível de hotéis de cinco estrelas) do que o propósito de melhor servir a sua clientela, essencialmente gente conservadora, no bom sentido da palavra. Posso estar a ser injusto, mas é isso que eu penso.
E é claro que concordo consigo quando diz que os buracões da CGD e os buracos do Montepio, aconteceram mais facilmente porque são casas onde ninguém conhece o patrão, sabendo-se apenas (mas só agora e depois do desastre), quem é que vai pagar a conta, parecendo-me que esta constatação é válida em todas as latitudes, logo também em Espanha. Creio que concordará comigo.
O Montepio não pertence ao Estado, caro Zuricher.
ResponderEliminarTem toda a razão, Alexandre.
ResponderEliminarA ideia era distinguir antes e separar depois mas foi tudo na onda e distraí-me em não deixar os montepios pelo caminho. A evolução do Montepio em Portugal e dos Montes em Espanha é diferente até, tendo alguns Montepios Espanhóis dado origem a algumas cajas e outros mantido-se como originalmente. O escrito, em todo o caso, aplica-se perfeitamente tanto à CGD em Portugal como às Cajas em Espanha. Em Itália sei que existe algo como eram as Cajas de Ahorros em Espanha mas não tenho quaisquer referências ou pormenores. Também não conheço equivalentes noutros países.
Genial!
ResponderEliminarSubscrevo sem quaisquer reservas. É como salvar "a cabra e as couves".
EliminarSenhor Geraldo Geraldes,
EliminarFiquei deveras impressionado com a argúcia e a profundidade da sua análise psicológica à minha pessoa.
E com tão elaborado exercício intelectual feito a partir de um simples erro gramatical que cometi.
Pelo qual me penitencio, acontece a qualquer um, até a quem como eu vigia bastante a própria escrita e, por vezes, chama a atenção quando tal acontece aos outros.
Por isso jamais ficarei zangado com quem me repreende pelo erro (ao contrário de outros/as que por aqui andam), antes ficarei agradecido: mas um erro é um erro, errado será não o admitir e inventivar quem o aponta.
Mas valerá a pena tirar tão sofisticadas ilações como tirou?
Talvez devesse poupar a energia que gastou para coisas mais úteis e se tivesse limitado a apontar-me o facto.