Na última ronda de votações para Secretário Geral da ONU, Guterres teve 3 votos contra. 3 em 15, sendo que há 5 países com poder de veto.
O que eu vou dizer é pura especulação, dado que as votações são secretas. Admitindo que a distribuição de votos é uniforme, então a probabilidade de que pelo menos 1 dos 3 votos negativos seja de um dos 5 membros com poder de veto é de 73,6%. Assim, independentemente de qualquer preferência, eu diria que isto não parece estar a correr bem para Guterres.
Adenda
Fazendo as contas para o segundo classificado, que teve 5 votos contra, concluímos que a probabilidade de pelo menos um dos votos vir do P-5 é de 91%. Ou seja, se eu tivesse de apostar, diria que ou o vencedor é o Guterres ou um outro candidato ainda não declarado.
Todos os outros candidatos tiveram pelo menos 5 votos contra e nenhum deles teve mais de 9 votos a favor (Guterres teve 11). Qualquer um deles gostaria que as coisas lhes estivessem a correr tão pouco bem como a Guterres.
ResponderEliminarSim, todos os outros estão ainda pior. Vou acrescentar uma adenda a dizer isso.
EliminarQue bom ver como o uso de matemáticas simples ajudam a explicitar matérias bem complexas. E, já agora, eu digo que são simples depois de pensar, sem testar, como é que se ajudaria um quase analfabeto a entender os cálculos. Só fiquei admirado de ninguém ter perguntado pelos cálculos. Só pode ter sido por vergonha, que é um falso substituto da culpa (de quem a teve) :-)
ResponderEliminarHá 10 países sem poder de veto, há 5 com poder de veto.
EliminarAssim a probabilidade de o primeiro voto contra ser de um dos 10 países sem poder de veto é 10/15.
A probabilidade de o segundo voto contra ser de um dos restantes 9 países sem poder de veto é 9/14.
A probabilidade do 3º é 8/13.
Assim, a probabilidade de todos os votos contras seram dos 10 países sem poder de veto é (10/15)(9/14)(8/13)= 0,264
Portanto, a probabilidade de pelo menos um dos votos ter tido origem no P-5 é 1-0,264=0,736.
Daí os 73,6%.