terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ufa, já percebemos...



A conselho da Mariana, vendam a casa que vale €500 mil e ponham o dinheiro em contas bancárias a prazo: assim deixa de ser riqueza acumulada e passa a ser poupança. Precavejam-se também: não celebrem a venda da propriedade comprando uma roupa da Prada ou do Tom Ford, que isso é coisa de rico. Para dar mesmo a aparência de serem poupados, só podem comprar na Zara ou na Primark. Mas bom, bom, era comprar na Feira de Carcavelos aos ciganos.

12 comentários:

  1. UAU!!! Melhora a cada vez que abrem a boca!

    Popcorn, anyone?

    Agora mais a sério, o problema não é ela dizer. Isso ainda é o de menos. Cada um pode dizer o que quiser por muito alarve que seja o dito. O grande, grande e grave problema é que este discurso é acolhido de braços abertos por uma grande parte da sociedade Portuguesa. É tido como bom e desejavel por uma fatia importante dos eleitores. Isto é que é o grave e o que terá efeitos nefastos que irão perdurar no tempo muito para além do tempo de vida da geringonça.

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    1. Concordo inteiramente consigo, o pior não é ela dizer, o pior é muita haver muita gente a aplaudir a ideia e não é só por inveja.

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    2. E aplaudem de pé, enternecidos!! Tocados por uma ideia de justiça que se não deixa, já, constranger por qualquer limite utilitário (proveniente da racionalidade ou da natureza das coisas. Serão ambos indiferentes à coisa...).
      Os antigos referiam a poupança como pressuposto do investimento. Os contemporâneos, seduzidos pela máquina financeira ficcional, autonomizaram uma, da outra. E ofereceram, a uma, a virtude e, à outra, o vício.
      Um bem haja a todos,

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    3. Esta comédia está a tornar-se negra demais para o meu gosto...
      Será mesmo que grande parte da sociedade Portuguesa apoia este discurso?
      Ainda tenho dúvidas... Todos sabemos como funciona a comunicação social em Portugal, pelo que é difícil saber o que realmente se passa no país.
      Mas, se assim for, o melhor será começar a fazer as malas...

      Susana V.


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  2. No limite superior, Portugal tem a quinta maior taxa de imposto sobre rendimentos pessoais do mundo. À nossa frente só o Chade, a Costa do Marfim, Aruba e a Suécia (+0,5%).

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  3. A CLASSE MÉDIA TEM DE SER REEDUCADA
    .
    A Esquerda Bandalha/Marioneta:
    i) diz que a salvação do problema do deficit demográfico da Europa... está... na naturalização da 'boa produção' demográfica daqueles que reprimem os Direitos das mulheres - ex: islâmicos;
    ii) diz que a classe média que poupa/investe... tem de ser martelada/demolida com impostos!
    [a classe média tem de aprender que ter património é coisa da alta finança... leia-se: a classe média deve, de preferência, vender o seu património ao desbarato a grupos multinacionais com sede em paraíses fiscais]
    Uma obs: a alta finança não paga impostos: até as suas casas de habitação estão em offshores.
    .
    .
    P.S.
    A alta finança (capital global) está apostada em dividir/dissolver as Nações... terraplanar as Identidades... para assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ordem mercenária (um Neofeudalismo).
    Andam por aí muitas marionetas... cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da alta finança (capital global).

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  4. Acho que a Rita disparou ao lado. Não é isso que a Mariana quer dizer, até porque entre PS, BE e PC também andam a cozinhar impostos sobre património mobiliário.

    O que a Mariana quer dizer é que não há problema nenhum em ser poupadinho, desde que nunca se chegue a acumular riqueza.

    O que mais assusta esta gente é que as pessoas poupem o suficiente para deixarem de depender deles.

    É que as pessoas percebam que, ao longo duma vida, entregam ao estado centenas de milhares de euros de "acumulação de riqueza" dos quais rigorosamente nada é posto de parte para lhes garantir uma velhice digna.

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    1. Exactamente, Nuno, exactamente. Horror à poupança. Horror aos excedentes.

      E parece-me que poucos vêm o paradoxo de toda uma casta de gente "moderna" sempre pronta a criticar a "sociedade de consumo" e ao mesmo tempo promovendo-a activamente.

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    2. Contradições insanáveis que há muito já deixei de tentar compreender! A coisa revela mais da fenomenologia do espírito!!
      As pulsões suicidarias aí estão, esplendorosas. O misticismo apocalíptico, seguir-se-á. Por fim, já só o rancor manterá vigor!!

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    3. "não há problema nenhum em ser poupadinho, desde que nunca se chegue a acumular riqueza".

      A sua frase diz tudo sobre esta linha de "pensamento":
      Fenomenal!

      Susana V.

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    4. Nuno Cruces, todas as casas que eu tenho--que ela acha que são riqueza acumulada--, vieram a estar na minha possessão porque eu poupei. Não me foram dadas por ninguém. Em economia o que não é gasto no consumo, é poupado. E as poupanças ou ficam em dinheiro num banco ou são investidas. Eu tenho investimentos em imobiliário e fundos de investimento.

      Não me digam que uma casa não é um investimento porque é. Há imensos investidores que se especializam em imobiliário porque tem fluxos de rendimento relativamente estáveis e não estão sujeitos a tantas flutuações como acções, por exemplo.

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    5. Certo, Rita. Mas todo o discurso da Mariana se baseia no engodo de que é impossível a quem ganha os seus 1000€ com honestidade chegar a ter 50k€ no banco, ou património imobiliário que não seja comprado a crédito.

      Faça esta experiência: tente perguntar a portugueses se sabem dizer (de forma aproximada) quais são os seus rendimentos brutos anuais e o seu património líquido de dívidas. O primeiro valor consta do IRS entregue todos os anos, mas a maior parte das pessoas não lhe saberá responder.

      As pessoas são treinadas a pensar no mês seguinte, a olhar para as prestações dos créditos e nunca para o montante em dívida, etc.

      Ser poupado na dialética da Mariana é não gastar o ordenado todo todos os meses e ter dois ou três ordenados numa conta poupança para algum imprevisto.

      Poupanças da ordem dos 50k€ são inconcebíveis para a generalidade dos portugueses, não porque sejam inatingíveis, mas porque as pessoas foram treinadas para não as fazer.

      De outra forma, o que é que justifica que se levante o sigilo a partir dos 50k€, e não dos 5k€ ou 0€? Chegámos ao ponto em que 50k€ acumulados ao longo duma vida merecem especial atenção das finanças?

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