Fiscalidade à portuguesa

A DdD soube de fonte segura que o governo português, a chamada Geringonça, prepara um plano infalível de fiscalidade à portuguesa para ancorar a economia. Já paira no ar a possibilidade de se taxar todas as coisas que fazem mal à saúde, como a "junk food", mas o que preocupa mesmo os governantes é a chamada "junk in the trunk" -- sim, isso mesmo, a gordura, o excesso de peso.

As universidades portuguesas irão ser brevemente convidadas a desenvolver protocolos para se transformar a merda em produtos valiosos que farão o PIB crescer à tal taxa anual de 2,6%, prometida por Mário Centeno no plano rosa, aquele conjunto de medidas usadas para aliciar os portugueses a votar no PS. Para tal, os portugueses terão de defecar pelo menos sete vezes ao dia (sete pecados, sete dias da semana, sete cagadas -- é o número perfeito), o que elimina a junk in the trunk e permite obter matéria prima para a produção de bens transaccionáveis.

Em vez de se encher o norte da Europa de cérebros formados em Portugal, o que iria acontecer, de certeza, com este novo plano da UE de permitir aos jovens de 18 anos viajar de borla na Europa, ir-se-á encher a Europa de merda portuguesa. Este plano está a ser desenvolvido à revelia do Bloco de Esquerda que preferia que fossem os próprios portugueses a consumir a merda que produzem.

O governo considera também adoptar uma medida inspirada pela Holanda, onde se pode pagar a carta de condução com favores sexuais. Em Portugal, para expandir o perdão fiscal anunciado hoje, será possível passar a pagar as dívidas fiscais através de favores sexuais. Tal medida tem o benefício de aumentar a produtividade dos empregados da Autoridade Tributária, que andam super-stressados por ter de gerir tantos impostos indirectos novos, dada a redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas semanais.

Como está em preparação um imposto novo sobre métodos contraceptivos, o governo espera ainda conseguir que mais mulheres engravidem, pois havendo mais bebés a nascer, aumentará também o consumo interno, o que resultará num maior crescimento do PIB, possivelmente ultrapassando a taxa média de crescimento da dívida, e provará que o Bloco de Esquerda até tinha razão: é possível crescer consumindo internamente, apesar de tanta merda.

Neste momento, as propostas estão a ser revistas pelo PCP, que não percebe muito bem em que merda de Geringonça se enfiou...