O escravo teme o fugivário. É natural. Apanhado, o escravo fugitivo será açoitado, rasgado com ferros, pregado na cruz erguida na Via Ápia. As chagas não confortará o zéfiro, vento suave de ocidente, todos os ventos serão ardíferos. As úlceras não aliviará Júpiter, o deus distrai-se também com coisas assim. A Plutão será dado, Plutão o rico, a morte desfaz tantos e os infernos são populosos. Pois asténico exalará o escravo em breve o sopro cógnito, o final. O sopro gélido ao encontro das profundezas vaporíferas. E não lhe valerão os discursos de Epicteto, o Enchiridion, as compilações de Lúcio Flávio Arriano. Não será feliz desejando que as coisas se produzam como se produzem, não pretendendo que ocorram como quereria, porque em verdade pretenderia outro desfecho. Não se libertará desprezando as coisas que dele não dependam, nada desejando, porque em verdade desejaria outras coisas. Não se sentirá uma parte de tudo tal como a hora é uma parte do dia, porque em verdade o sofrimento separa, individua. É adequada só esta frase única que diz que para o ser racional apenas o que é contrário à razão é insuportável. É insuportável a dor.
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