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sexta-feira, 11 de novembro de 2016
"Seis administradores da Caixa recusam expor declarações de rendimentos"
Pessoas que exercem as suas actividades a este nível podem realmente ir-se embora mas, de todo, não vão para o raio que os parta. Pelo que li ontem parece-me ser este o caso dos administradores da Caixa. Se as suas condições não forem aceites simplesmente batem com a porta. Têm, não duvido, empresas prontas a pagar-lhes pelo valor do seu saber. Quando se chega a certos niveis pessoais e profissionais as relações patrão-empregado invertem-se substancialmente. Não são os patrões que impõem as condições mas sim os empregados que ditam as condições sob as quais aceitam trabalhar para determinado empregador. Há saberes e caracteristicas que são raros. Precisamente pela sua raridade há muita procura para eles. E são remunerados a peso de ouro. Não é algo que aconteça, sequer, apenas ao nivel dos cargos de gestão. Um estucador de excelência ou um carpinteiro de certas especialidades são também pagos várias vezes acima da média dos seus pares.
Referindo-me agora ao assunto em si mesmo tudo isto é, no fim de contas, uma trapalhada. A ideia com que fico é que estes senhores foram aldrabados pelo governo.
Tudo o que o Zuricher escreveu estaria certo se a CGD fosse uma instituição de crédito privada, como deveria ser, excepto nos serviços de captação e na aplicação de poupanças. Mas sendo, como é, uma empresa pública, os gestores indigitados deveriam saber ao que iam e entenderem que um membro do governo, de qualquer governo, não pode comprometer o Estado com confidencialidades do género.
Caro Tiro ao Alvo, parece-me que o ponto fulcral aqui é precisamente o que refere como "saber ao que iam". Pelo que percebo foi-lhes garantido pelo ministro Centeno que seriam excluídos das obrigações dos titulares de cargos de administração em empresas públicas e que seria feita uma lei para esse fim. Lei essa que foi efectivamente feita. Ora, perante isto, em boa fé parece-me aceitavel concluir que estes senhores aceitaram aquelas funções seguros de não estarem sujeitos à apresentação das declarações de rendimentos. Ou, dizendo por outras palavras, foi-lhes dito que iam a uma coisa, acreditaram em boa fé que era para isso que iam e só quando chegaram lhes disseram que afinal iam para algo diferente. É esta, pelo menos, a minha leitura do assunto.
Se estivessemos a falar dos gestores públicos do costume, pois esses, coitados teriam que sujeitar-se. As suas opções fora da esfera pública seriam escassas. Estes não têm porque sujeitar-se a algo que disseram desde o princípio não aceitar. E, por isso, parece-me que realmente o correcto é irem-se embora pelo próprio pé. Muito enxovalho já me quer parecer que aturaram.
Aceito que é mais censurável a actuação do ministro Centeno do que a dos gestores. Mas é uma vergonha esta maneira de tratar assuntos de Estado e, sobretudo o Presidente Domingues, colaborou intensamente. Parece-me que o Ricardo Arroja tem toda a razão na crítica mordaz que fez e com a qual concordo: https://oinsurgente.org/2016/11/10/da-vontade-de-morrer/
De um ponto de vista politico, já se perguntou porque é que isto está acontecer, com diapasão de novela? Já agora, como é que o Presidente Marcelo se presta a estas "mediações" em vez de mandar um berro a quem, no governo, andou de forma completamente inepta a gerir (ou a impor ou a cozinhar) uma sucessão de excepcionalidades a ser "enfiadas" na lei que, até perante a tão 'propalada' urgência de sanar o luso sistema financeiro, deveria ser tratado com decência politica e competência formal? Temos um ministério das finanças - neste caso o ministro e um catraio a secretário de Estado que ora aparecem ufanos a falar da "salvação" da Banca ora agem sobre leis com canhestras "golpadas de mão" por medida? Isto tudo num governo que, politicamente, deveria procurar uma irrepreensibilidade de método quanto mais não fosse para não voltar a ser confundido com o outro governo socialista que tinha como bitola a promiscuidade da banca com a pior politica - dos amiguismos, da inépcia analitica de risco, etc -, um descerebrado modo de operar que explica porventura a maior parte dos buracos ( e até crimes) que se andam a querer tapar? O físico João Magueijo, em entrevista á RTP, mencionava que a formalidade tipo sr. Dr., mascarava o facto de em PT "ninguém se escandalizar com a mediocridade (..) as pessoas estão a espera de uma formalidade que é completamente árida (...) que não leva a nada" - sinceramente, esta "espera" pelo TC é revisitar esse formalismo inconsequente que serve só para salvar o coiro a quem, no Governo, andou a gerir esta situação - desde Março!! - de forma politicamente mediocre, inepta e que devia estar já com guia de marcha.
Pessoas que exercem as suas actividades a este nível podem realmente ir-se embora mas, de todo, não vão para o raio que os parta. Pelo que li ontem parece-me ser este o caso dos administradores da Caixa. Se as suas condições não forem aceites simplesmente batem com a porta. Têm, não duvido, empresas prontas a pagar-lhes pelo valor do seu saber. Quando se chega a certos niveis pessoais e profissionais as relações patrão-empregado invertem-se substancialmente. Não são os patrões que impõem as condições mas sim os empregados que ditam as condições sob as quais aceitam trabalhar para determinado empregador. Há saberes e caracteristicas que são raros. Precisamente pela sua raridade há muita procura para eles. E são remunerados a peso de ouro. Não é algo que aconteça, sequer, apenas ao nivel dos cargos de gestão. Um estucador de excelência ou um carpinteiro de certas especialidades são também pagos várias vezes acima da média dos seus pares.
ResponderEliminarReferindo-me agora ao assunto em si mesmo tudo isto é, no fim de contas, uma trapalhada. A ideia com que fico é que estes senhores foram aldrabados pelo governo.
Tudo o que o Zuricher escreveu estaria certo se a CGD fosse uma instituição de crédito privada, como deveria ser, excepto nos serviços de captação e na aplicação de poupanças. Mas sendo, como é, uma empresa pública, os gestores indigitados deveriam saber ao que iam e entenderem que um membro do governo, de qualquer governo, não pode comprometer o Estado com confidencialidades do género.
EliminarCaro Tiro ao Alvo, parece-me que o ponto fulcral aqui é precisamente o que refere como "saber ao que iam". Pelo que percebo foi-lhes garantido pelo ministro Centeno que seriam excluídos das obrigações dos titulares de cargos de administração em empresas públicas e que seria feita uma lei para esse fim. Lei essa que foi efectivamente feita. Ora, perante isto, em boa fé parece-me aceitavel concluir que estes senhores aceitaram aquelas funções seguros de não estarem sujeitos à apresentação das declarações de rendimentos. Ou, dizendo por outras palavras, foi-lhes dito que iam a uma coisa, acreditaram em boa fé que era para isso que iam e só quando chegaram lhes disseram que afinal iam para algo diferente. É esta, pelo menos, a minha leitura do assunto.
EliminarSe estivessemos a falar dos gestores públicos do costume, pois esses, coitados teriam que sujeitar-se. As suas opções fora da esfera pública seriam escassas. Estes não têm porque sujeitar-se a algo que disseram desde o princípio não aceitar. E, por isso, parece-me que realmente o correcto é irem-se embora pelo próprio pé. Muito enxovalho já me quer parecer que aturaram.
Aceito que é mais censurável a actuação do ministro Centeno do que a dos gestores. Mas é uma vergonha esta maneira de tratar assuntos de Estado e, sobretudo o Presidente Domingues, colaborou intensamente. Parece-me que o Ricardo Arroja tem toda a razão na crítica mordaz que fez e com a qual concordo: https://oinsurgente.org/2016/11/10/da-vontade-de-morrer/
EliminarTambém aplaudo. E saibam que não estou interessado nos lugares.
ResponderEliminarDe um ponto de vista politico, já se perguntou porque é que isto está acontecer, com diapasão de novela? Já agora, como é que o Presidente Marcelo se presta a estas "mediações" em vez de mandar um berro a quem, no governo, andou de forma completamente inepta a gerir (ou a impor ou a cozinhar) uma sucessão de excepcionalidades a ser "enfiadas" na lei que, até perante a tão 'propalada' urgência de sanar o luso sistema financeiro, deveria ser tratado com decência politica e competência formal? Temos um ministério das finanças - neste caso o ministro e um catraio a secretário de Estado que ora aparecem ufanos a falar da "salvação" da Banca ora agem sobre leis com canhestras "golpadas de mão" por medida? Isto tudo num governo que, politicamente, deveria procurar uma irrepreensibilidade de método quanto mais não fosse para não voltar a ser confundido com o outro governo socialista que tinha como bitola a promiscuidade da banca com a pior politica - dos amiguismos, da inépcia analitica de risco, etc -, um descerebrado modo de operar que explica porventura a maior parte dos buracos ( e até crimes) que se andam a querer tapar? O físico João Magueijo, em entrevista á RTP, mencionava que a formalidade tipo sr. Dr., mascarava o facto de em PT "ninguém se escandalizar com a mediocridade (..) as pessoas estão a espera de uma formalidade que é completamente árida (...) que não leva a nada" - sinceramente, esta "espera" pelo TC é revisitar esse formalismo inconsequente que serve só para salvar o coiro a quem, no Governo, andou a gerir esta situação - desde Março!! - de forma politicamente mediocre, inepta e que devia estar já com guia de marcha.
ResponderEliminarJorg
Muito bem Jorg
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