Quando George W. Bush foi eleito pela primeira vez com a decisão do Supremo Tribunal, os Democratas ficaram decepcionados, mas não houve grandes manifestações em Washington, nem pelo país inteiro com a mesma força com que agora se opõe Trump. Antes dos ataques de 11/9/2001, a imagem de Bush já estava bastante deteriorada, pois a economia não parecia ir a lado nenhum apesar dos cortes de impostos e a maior parte da cobertura mediática da Administração limitava-se a discutir a má dicção de Bush.
Os ataques deram um novo rumo a Bush e conseguiram apoio popular, tanto a nível nacional, como mundial. Já a decisão de invadir o Iraque levantou bastantes questões, mas a Administração Bush decidiu acusar de anti-patriotismo quem se opunha. Muitos Democratas no Congresso, como Hillary Clinton, sentiram-se encurralados e capitularam, apoiando a invasão. Essa decisão de Clinton foi um dos pontos fortes com que Obama a derrotou nas primárias de 2008.
A percepção dos eleitores democratas é que uma Administração Trump irá desenrolar-se de forma semelhante à de Bush e, como tal, mais vale opor-se desde o início do que lhe dar folga para que alguma coisa corra mal. O comportamento actual dos Republicanos reforça esta ideia, pois há um sentimento generalizado nos eleitores democratas de que os Republicanos demitiram-se dos valores políticos e morais que dizem ter e não fiscalizarão uma pessoa como Trump, assim como não fiscalizaram Bush.
Os Democratas acham que fizeram o seu papel ao bloquear o extremismo de Bernie Sanders, enquanto que os Republicanos passaram o tempo a alimentar extremistas, a começar com o convite que John McCain fez a Sarah Palin e a terminar na eleição de Donald Trump. Por outro lado, se os Democratas não fizerem nada, também correm o risco de deixar a oposição a Trump nas mãos de extremistas piores do que Bernie Sanders, que têm espaço para crescer e monopolizar o partido.
Hoje de manhã, o Presidente Trump mandou investigar a votação eleitoral para ver a prevalência de fraude eleitoral, especificamente o papel do voto dos imigrantes ilegais. Será que algum Republicano acha que isto compromete a força da Democracia americana ou do seu Presidente?
* Afinal não era o Miguel Madeira; era o iv. Li o comentário numa mensagem de e-mail e dava a autoria ao Miguel Madeira porque ele tinha sido o último a comentar. Não reparei que havia mais do que um comentário.
A Rita já leu o Rodrigo da Fonseca, no Insurgente de ontem?
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