Diz o alter ego reflexivo:
-- Ora, ora, já passei mais tempo da minha vida adulta nos EUA do que em Portugal e falo melhor inglês do que o actual Presidente da República dos EUA, que tem 70 anos, e, pensando bem, até falo melhor português do que o actual Primeiro Ministro de Portugal em algumas das suas intervenções públicas. Ou seja, que desculpa têm estes fulanitos e como é que há pessoas que votam neles? Ouve lá, ó Rita catita, tu até sabes a diferença entre "há" e "à"...
Eis que aparece o alter ego da racionalidade:
-- Mais, mais, Rita Isabel! Filha, já viste -- Não é bistes, nem vistes! É viste. -- a quantidade de portugueses que não sabe a diferença entre "ter de" e "ter que"? Até em jornais se vê o erro, ou seja, errou quem escreveu e quem editou: uma vergonha! E o pessoal que nunca passou nenhum tempo no estrangeiro e escreve coisas como "tenha-mos" em vez de "tenhamos"?!? Ai, ai, ai!!! Caiu um santo do altar lá na igreja de Sta. Rita, onde quer que seja a dita! Um erro tão absurdo, que parece impossível alguém cometê-lo... Isto para não falar na restante conjugação de verbos, que é uma grande salgalhada na cabeça de alguns. Correcção! Devia ser salgalhada, mas há quem ache que é salganhada porque não percebe que vem de salgar. Está bem que, de vez em quando, dá-te para erradamente "antecipares", em vez de "ficares na expectativa", mas como se dizia na primária aos putos precoces "Nunca te enganaste? Mais burro..."
Interrompe o alter ego mal-educado:
-- FODA-SE!!! Onde já vai esta caralhada... Ó RIC, tu e a tua mania para o auto-flagelo orgásmisco não estão com nada! Pensa Frankie Goes to Holywood e Relax, ó garina. Aliás, tu não tens que fazer? Vai mas é desmanchar as árvores de Natal. E os extractos, hã? Não tens extractos bancários de 1997-2005 para triturar? Vergonha, RIC, vergonha! Daqui a nada tenho de te dar umas alfinetadas no rabo e mexes-te logo, preguiçosa dum raio!
Finalmente, o alter ego apaziguador:
-- Ó Ritinha, vamos lá a ver, fofinha: se tu não te acalmas, acabas com uma úlcera, menina. Já bem basta que, quando vais à massagista, ela mexe-te numa perna e dói tanto que a outra se levanta por andares tão tensa. Deixa lá enganares-te em alguns usos do verbo "haver" -- hão-de haver mais pessoas que o fazem nesses casos e noutros e, quando chegar a altura, hás-de vê-las quando forem chamadas a Hades. Hades! Há-de ser uma festa...
Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Hades. Hades!
De vez em quando, lá dou eu uma calinadazita no português e, nessas alturas, julgo que me devo sentir como as árvores se sentem quando uma lufada de ar as desfolha no Outono. Depois entro em modo "Get your shit together and just roll, little lady!" e ponho-me a pensar o seguinte:
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