Numa das nossas saídas a propósito do festival de comédia francesa que foi exibido no MFAH, fui pela primeira vez a casa da JB, que se mudou recentemente para um apartamento. Uma das paredes da sala está inteiramente ocupada por estantes cheias de livros, muitos dos quais de culinária. Pensava eu que tinha bastantes livros de cozinha -- tenho mais de 100 --, mas a minha colecção está bem aquém da da JB. Temos poucos livros em comum, mas fiquei espantada por um deles ser sobre comida dinamarquesa: a JB comprou o dela em Copenhaga; eu comprei o meu provavelmente em Fayetteville, AR. Nenhuma de nós tinha cozinhado nada do livro, logo sugeri fazermos um jantar com receitas da Dinamarca, dado que já tínhamos feito um com o tema da Irlanda.
Acabei por não usar esse livro para a minha receita, preferindo selecionar uma do meu livro sobre hygge, que terminei de ler na semana passada. Escolhi almôndegas com molho de caril -- o Meik diz que aquilo é popular na Dinamarca. Se calhar, foi um pouco precipitado escolher uma receita de um fulano que não é profissional de cozinha, visto ele recomendar 2 Kg de carne picada para quatro pessoas. Ou talvez eu, que mal meço metro e meio, não perceba muito bem as necessidades calóricas dos altarrões da Dinamarca. Só fiz um Kg e, mesmo assim, demorou-me bem mais de duas horas, quando o autor dizia que levaria pouco mais de hora e meia.
Faltava 20 minutos para a JP me vir buscar para o jantar quando entrei no duche e, apesar de ter sido rápida, ainda estava de toalha na cabeça e meia despida quando ela bateu à porta. Disse-lhe que estava atrasada e ela foi fazer tempo com os vizinhos do outro lado da rua, que lhe mostraram um vídeo do filho. A JP disse-lhes que estava à minha espera para irmos a um potluck de mulheres Democratas (isto é um grupo de mulheres que foi à Marcha das Mulheres, mais duas senhoras que não marcharam porque já têm idade avançada: 87 e 92).
O vizinho era Republicano e disse que votou Trump porque tinha medo que lhe tirassem as armas: ele é caçador. Entretanto, saio porta fora e a JP afastou-se deles, mas ainda ouviu a esposa do vizinho dizer-lhe que era uma justificação muito fraca para votar num idiota.
A salada de pepino com aneto estava mesmo boa. A sobremesa foi feita pela JP e ela levou uns puzzles muito giros para nós fazermos antes de comer o bolo. As peças estavam dentro de uns ovos de plástico grandes, por sua vez guardados numa embalagem de cartão de ovos, como as que compramos no super-mercado. Os puzzles tinham todos imagens de pratos de ovos, mas eram um pouco difíceis porque não tinham fotos de referência e tinham contornos irregulares: uns tinham colheres a sair do prato, outros tinham a asa da frigideira, etc. Não terminei o meu porque faltava uma peça, mas mesmo assim serviram-me sobremesa. Aqui está a prova...
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