É normal ouvir dizer que Portugal não é um país meritocrático, em que quem ascende a cargos de responsabilidade o faça por competência. Pelo que vejo e isto é mesmo uma impressão minha, muitas vezes, o aparato político convida pessoas competentes quando precisa de dar credibilidade ao sistema e, depois de as usar, demite-as ou elas demitem-se porque não querem estar associadas a um sistema tão corrompido.
A fonte da minha confusão é a seguinte: se não há demissões na sequência da tragédia, que devo eu inferir?
- Que não há gente mais competente para estes cargos?
- Que não vale a pena queimar as reputações de outras pessoas que substituiriam os demitidos porque é provável que aconteçam mais tragédias?
- Que as tragédias fazem parte do processo de treino dos responsáveis pela segurança pública?
- Que a segurança pública em Portugal é regida apenas pela sorte e aquelas pessoas que morreram e ficaram feridas tiveram azar?
- Que, ao não demitir, o governo não assume responsabilidade pelo sucedido porque melhor não podia ser feito?
Na minha opinião o que significa é que a vida hoje também piorou um pouco para a suposta "elite" que acede a estes cargos. Se há uns anos atrás era fácil para estes ministros demitirem-se pois com relativa facilidade tinham garantidos outros "tachos" com iguais ou melhores regalias hoje em dia já não existem assim tantas oportunidades lá fora e como tal as pessoas agarram-se aos lugares. Os 5000 euros mais 2000 de despesas de representação não são assim tão fáceis de arranjar lá fora. E basta atrasarem a demissão um mês recebem mais 7000 euros. Nada mau para completos incompetentes na minha opinião.
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