Psicólogos como Daniel Kahneman mostraram que os indivíduos quando tentam avaliar experiências passadas (mesmo as mais recentes) fazem uma média entre a sensação final e a sensação mais intensa dessa experiência. Por exemplo, após um mandato de quatro anos, ninguém é capaz de fazer uma média de todas as sensações, emoções, opiniões pessoais, slogans vazios, propaganda, etc. que foi acumulando ao longo desse período. Chegada a hora de votar, o mais provável é os eleitores (sobretudo os flutuantes) fazerem uma média entre a impressão final e os acontecimentos mais intensos ou marcantes ocorridos no mandato. Há muito que os políticos sabem isso, nem que seja intuitivamente. Por isso, guardam para o fim as grandes inaugurações e as acções e medidas mais populares. Por isso, uma tragédia como Pedrogão Grande é um daqueles momentos intensos que vai pesar na hora de cada português fazer a média deste governo. Os estrategas do governo têm plena consciência deste facto e estão aflitos.
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