Aqui argumentei que os argumentos frequentemente ensaiados para defender a proibição do referendo na Catalunha parecem-me, na sua totalidade, falaciosos. Em particular, defendi que a questão da estrita legalidade é uma não-questão, porque pressupõe que uma lei que proíba o direito básico de autodeterminação é um direito legítimo. E isso é um paradoxos nos seus próprios termos (a autodeterminação não pode por definição depender da vontade de Espanha).
Ora ao argumentar que a lei é irrelevante para este caso, é-me em grande medida indiferente debater o detalhe do que a lei dirá ou não. No entanto, noto que um dos argumentos legalistas com li por aí era o de que o direito à autodeterminação estaria reservado às colónias e às regiões onde os direitos humanos não são respeitados. A argumentação da malta que toma partido por Madrid era a de que a situação da Catalunha não se encaixava em nenhuma das duas categorias. Ora, o governo de Madrid hoje deixou muito claro que a Catalunha se encaixa inteiramente na segunda categoria. Hoje fizeram 337 feridos (and counting), alguns com gravidade, entre os cidadãos que queriam... votar.
Ou seja, até o último argumento que restava àqueles que rejeitam a realização do referendo - a legalidade de Madrid - acabou hoje.
Algum dia tinha de concordar consigo. Vim aqui espreitar, como fiz noutros blogs, o que vocês tinham a dizer das autárquicas, e deparei com este seu excelente post.
ResponderEliminarUma achega: de um ponto de vista legalista, o golpe de 1 de Dezembro de 1640, também foi ilegal, pois o avô de Filipe IV fora aclamado rei de Portugal, nas Cortes de Tomar, de 1582.
Algum dia tinha de concordar consigo. Vim aqui espreitar, como fiz noutros blogs, o que vocês tinham a dizer das autárquicas, e deparei com este seu excelente post.
ResponderEliminarUma achega: de um ponto de vista legalista, o golpe de 1 de Dezembro de 1640, também foi ilegal, pois o avô de Filipe IV fora aclamado rei de Portugal, nas Cortes de Tomar, de 1582.
Sugiro leia, se não leu:
ResponderEliminarhttps://politica.elpais.com/politica/2017/09/24/actualidad/1506244170_596874.html