Acabei de levar um raspanete da minha vizinha em Houston por não ter escrito durante mais de uma semana. Quer dizer, eu comecei a escrever na Sexta-feira passada, mas não cheguei a terminar e, consequentemente, a enviar o email. Ontem decidi mesmo deixar de procrastinar e fui comprar um computador novo para poder escrever mais facilmente, mas ainda tenho de ligar a Internet lá em casa.
Quando eu era miúda achava que era tão glamoroso mudar de casa porque nos filmes americanos era tão comum haver sempre alguém que tinha acabado de mudar. Mas agora, depois de ter mudado de casa mais de 10 vezes desde que vim para os EUA, as mudanças já não parecem tão interessantes. Não há como evitar o nojo que sinto ao ver quantas coisas acumulei e, no fim, reverto sempre ao mesmo pensamento: tens isto porquê?
Não consegui re-encaminhar o correio da morada antiga, a primeira vez que tal me aconteceu. Desta vez, os correios enviaram uma carta para a morada nova com um código para meter online, só que eu não tinha feito a inscrição na página dos correios quando mandei parar o correio e, quando fiz a inscrição para meter o código, usei a morada nova e disseram-me que o código não era compatível com a minha informação. O progresso é uma coisa fantástica, tão fantástica que agora funciona pior do que antes. Vou ter de resolver esta confusão pelo telefone e não me apetece nada falar com ninguém ao telefone.
Ainda não liguei o meu plano de poupança reforma no emprego novo porque também envolve um telefonema, nem mudei a morada nos bancos, nem nos seguros, nem escolhi médico, nem dentista, não registei o carro, não me registei para votar... Ainda estou na fase em que me apetece hibernar durante uns meses e só entrar na civilização quando me apetecer, mas o mundo não quer esperar por mim.
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