Ao falar com alguns portugueses acerca do caso CR7 fico com a impressão de que Portugal é um país civilizadíssimo, onde a justiça funciona muito bem. A Kathryn, que não quis ir a tribunal e preferiu receber $375 mil em dinheiro, foi bastante prejudicada dado o extremo trauma que sofreu. Note-se que muitos dos sobreviventes do 9/11 que desenvolveram cancro receberam no máximo $250 mil, mas um ataque terrorista não é tão mau quanto uma suposta violação. Decerto que em Portugal ela teria tido melhor recurso e resultado porque é isso que acontece normalmente às mulheres portuguesas porque a Justiça portuguesa funciona a sério, o governo já disse que não há mais nada a reformar: é perfeita.
Nos EUA, os homens estrangeiros poderosos acusados de violação não caiam antes do movimento MeToo, como o pode confirmar Dominique Strauss-Kahn. O CR7 é um homem tão poderoso que contrata um advogado português que o faz assinar uma suposta confissão, violando os direitos constitucionais do cliente e enviando a dita por correio electrónico não-seguro. Ainda por cima, anda pelo Twitter a armar-se em Donald Trump e a dar tiros nos pés — alguém lhe diga: “you have the right to remain silent, meu grande idiota. Não é uma invenção dos filmes, é mesmo a sério.”
Se burrice fosse crime, o CR7 apanharia prisão perpétua — nos EUA; em Portugal, recebe condecorações do Presidente da República porque é um país civilizado.
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