“O problema afeta praticamente todas as regiões do país e todos os sectores. É preciso pessoal qualificado nas áreas das tecnologias de informação e comunicação, na indústria, na agricultura, no turismo, na construção civil.”
Pedro Siza Vieira, Ministro Adjunto da Economia, Expresso, 20/7/2019
Permitam-me discordar. De há uns tempos para cá, os governos portugueses só vêem tecnologia como uma ferramenta de cobrança de impostos. Os restantes ministérios não usam tecnologia. Por exemplo, no início do ano, o Ministério das Finanças enviou emails a informar os contribuintes que tinham de limpar as matas de que eram proprietários. Ficamos logo a saber que o ministério ao qual compete administrar o território não tem recursos para cumprir a sua missão e sabemos que o estado ainda não sabe quem tem matas, logo como é que vai castigar os prevaricadores? Se forem ver as páginas de Internet de outros ministérios, encontram links partidos, coisas desatualizadas, etc.
Esta fixação em saber o que as pessoas gastam online para cobrar os impostos leva a que o público no geral desconfie das novas tecnologias para efeitos produtivos, i.e., que contribuam para o crescimento da economia. Há sítios em Portugal onde as lojas passaram a negociar apenas em dinheiro. Agora que os bancos cobram um balúrdio para ter uma conta, levantar dinheiro, etc., para já não falar na falta de confiança que todos os buracos bancários inspiram, mais incentivo há para evitar a economia virtual. Se o Facebook permitir mesmo às pessoas guardar dinheiro em libras facebookianas ou se aparecer um outro mecanismo semelhante, temo que os bancos portugueses fiquem sem parte dos seus depósitos.
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