As chamadas massas, um fenómeno surgido no século XIX com as grandes cidades, são constituídas por indivíduos desenraizados, atomizados, desconectados, solitários. Além disso, no século XX, como sublinhou Hannah Arendt, tornou-se evidente que as massas eram também, de forma aparentemente paradoxal, crédulas e cínicas. Num mundo em constante mudança e incompreensível para o comum dos mortais, as massas chegaram a um ponto em que acreditavam em tudo e em nada, achavam que tudo era possível e nada era verdadeiro. Uma mistura explosiva. A propaganda das massas descobriu que o seu público estava sempre disposto a acreditar no pior, por mais estapafúrdio que fosse. Os chefes totalitários perceberam, correctamente, que os seus públicos engoliam as maiores aldrabices sem protestar. Podiam mentir descaradamente num dia e serem desmentidos com factos irrefutáveis no dia a seguir. Não havia problema. É aqui que entra em cena o cinismo das massas. Em lugar de abandonarem o chefe que lhes havia mentido, as massas diriam que sempre souberam que a afirmação do chefe era falsa e admirá-lo-iam pela grande esperteza táctica. Hannah Arendt escreveu estas coisas nos anos 50 a pensar nos totalitarismos. Hoje, vivemos em democracias, mas as suas intuições estão mais actuais do que nunca.
O retrato fiel do que se passa em Portugal
ResponderEliminarInfelizmente, é bem capaz de, pelos menos, não andar longe da verdade.
Eliminarem portugal a tv continua a ser o grande manipulador de massas após a igreja no tempo do salazar
ResponderEliminarDe Chesterton:
ResponderEliminarWhen men stop believing in God they don't believe in nothing; they believe in anything.
If there were no God, there would be no Atheists.
It is the test of a good religion whether you can joke about it.
Cumprimenta
Muito bom. Cumprimentos.
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