Para os gregos da Antiguidade Clássica, o idiota (idiotés) era aquele que não participava nos assuntos públicos e estava focado apenas nos seus interesses privados. Péricles verberou os indiferentes, os que não se envolviam naquilo que a todos dizia respeito. O mundo mudou. Hoje, tendemos a achar espertos aqueles que pensam apenas em si próprios e que, por vezes, até querem destruir o que é público. Mais: tendemos a valorizar pouco a inteligência dos que nos pastoreiam. Claro que cada um é livre de ser indiferente, de não querer ser incomodado pela política. O problema é que essa talvez seja a pior maneira de conseguir o almejado sossego, como nos lembram autores como Daniel Innerarity. Sem querer, os passivos acabam por se tornar aliados inconscientes daqueles que têm a sacrossanta intenção de não deixar ninguém em paz. Numa palavra, os passivos são idiotas, como diriam os gregos há mais de dois mil anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não são permitidos comentários anónimos.