quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Version 2.268

Ultrapassámos os 11 mil mortos devido a Covid-19 e como é improvável que todas as mortes tenham sido identificadas, devem ter morrido ainda mais pessoas. Este número de 11 mil era perto do limite máximo esperado pelo modelo do Institute for Health Metrics and Evaluation há umas semanas, se se observassem todas as medidas preventivas, mas com o agravamento do número de casos, a nova previsão é de 18 mil mortos até meados de Fevereiro e depois um plateau de cerca de 22 mil mortos após meados de Março. Ou seja, duplicou-se a tragédia, mas ainda pode ser pior porque o cenário mais pessimista é que quase 30 mil pessoas morram se se relaxarem as restrições de prevenção.

Só que depois de um ano nisto, penso que muita gente já está por tudo. Há uns dois dias disse a um amigo meu que estou a trabalhar de casa desde Março do ano passado. Lembram-se daquele dia em que o mundo inteiro decidiu ficar em casa? Pois, eu estava no escritório às 8 da manhã e por volta das 9, o meu chefe disse para irmos todos para casa. Ainda tentei ficar mais algum tempo para terminar algumas coisas, mas ele insistiu que o escritório tinha de ser evacuado. Ficaram apenas algumas pessoas que não conseguiam trabalhar de casa por causa de equipamento.

Então dizia eu que desde Março que passo quase todo o meu tempo em casa, e o meu amigo ficou chocado, como se fosse inconcebível. Mas até fiz uma viagem em Setembro, mas foi tudo muito cuidadoso. E depois ia fazer outra, mas foi cancelada por um furacão. Não me senti bem em voltar a marcar essas férias durante o Outono/Inverno. Antes do Dia de Acção de Graças, o meu chefe perguntou-me se me sentia confortável em regressar ao escritório, que estava aberto com uma equipa reduzida e o resto a trabalhar de casa, mas disse-lhe que não sabia porque tinha medo dos feriados que se aproximavam. Depois dos feriados, o escritório fechou outra vez e não parece que vá reabrir antes de termos tomado as vacinas.

Hoje o Presidente Biden anunciou que os EUA iam comprar mais vacinas para tentar acelerar o processo de imunização. Tendo eu a possibilidade de trabalhar de casa e controlar a minha exposição ao virus, não tenho grande pressa em ser vacinada, pois há pessoas que precisam mais do que eu. Quando houver mais folga no sistema podem me chamar.

Fico muito triste que Portugal esteja com uns números tão maus. Foi claramente um falhanço das autoridades. Criou-se uma sensação de segurança durante o verão para dinamizar o turismo pela qual estamos agora a pagar. Em breve o tempo aquecerá e as pessoas irão começar outra vez a fazer férias, a andar em restaurantes, etc. Quanto mais atrasado Portugal fica no controle do vírus, mais o turismo sofre no longo prazo. As pessoas deviam ser sensibilizadas para serem mais cuidadosas, mesmo no verão.

2 comentários:

  1. Para mim também é quase inconcebível ficar a trabalhar em casa desde Março. Eu e a minha mulher nunca ficámos em casa; eu venho para o escritório onde desde há um mês que estou sozinho tendo ficado os restantes colegas em teletrabalho; também podia ficar em casa, mas trabalho muito melhor no escritório.

    E sim, no Verão, o pessoal aqui em PT fez uma vida quase normal de restaurantes, praia, amigos etc

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  2. Rita, mas como haver controlo se o exemplo não parte de cima? Temos um presidente da AR que disse que para o 25 de Abril não íamos mascarados, um PCP que foi autorizado a fazer festas e congressos em alturas em que todo o mundo tinha de ficar em casa, um governo que parece do século passado e insiste em reuniões presenciais. Têm tanto medo do fachinho que todas as decisões são tomadas tendo em conta o prazer imediato, para ver se a exterma direita não avança. Em PT, estamos entregues aos bichos. E pior, temos toda uma esquerda que secalhar nunca passou por dificuldades, a demonizar 100% dos votantes do fachinho...

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